Vem aí uma greve geral. CGTP e UGT, as duas maiores Centrais Sindicais vão unir esforços e aderir à greve geral no próximo dia 11 de Dezembro.
Em causa, está a vontade governamental de alterar - profundamente! - o Código da Lei do Trabalho. Há um chorrilho de medidas que fazem parte desse novo pacote laboral, que visam, no essencial, tornar o trabalho bem mais precário e reforçar o poder patronal, concedendo-lhe poderes que aniquilam o binómio trabalhador/patrão, passando-o para uma relação de sentido único em que o patrão pode quase tudo em relação ao seu trabalhador.
Não interessa escalpelizar o todo das cerca de 100 medidas que constam do documento da Ministra do Trabalho, por demais fastidioso e por ser matéria dos respectivos Sindicatos. Basta uma só medida, só uma, para se perceber da enormidade do Governo de Luís Montenegro: DESPEDIMENTO COM JUSTA CAUSA!!! Isto é, duma ignomínia sem precedentes!
Desta forma, o patrão fica com poder absoluto sobre o que entender quanto ao futuro imediato, amanhã já, no que concerne a qualquer um dos seus trabalhadores. Sem qualquer justificação, sem qualquer compensação, só porque gosta mais, ou menos, ou até porque antipatiza, chega dizer: "Você está despedido. Amanhã já não tem lugar nestas instalações!" Assim, sem mais nem menos!
Jamais achei que a greve, como último recurso que é, fosse a melhor das medidas a tomar. Sempre acreditei que o diálogo, a negociação, o "cedo eu e abrandas tu" seriam sempre melhores por comparação com o extremar de posições. Pela primeira vez na minha vida e, perante a questão em maiúsculas no texto acima, venha daí a greve uma vez que, ao que parece, não existem interlocutores à altura para ouvir o grito dos trabalhadores.