Parece que há uma greve na Galp...
Só parece, porque na verdade, não se deu por ela.
Greve significa que os trabalhadores estão descontentes com a sua entidade patronal, não concordam com posições assumidas por aquela e, vai daí, suspende-se o trabalho para, regra geral, chamar a a atenção do público consumidor, do poder instituído e "penalizar" a empresa para que a administração desta, retroceda nas posições que geraram a discordância.
Então, e esta greve explica-se como? É fácil: - Trabalhadores querem aumento salarial de 2,8%; a Administração contrapõe com 1,5%. Posições irredutíveis de ambos os lados e zás, eis-nos com mais uma greve.
No momento actual, de grande contenção salarial (entre os trabalhadores, entenda-se!), parece descabido que estes queiram um tal aumento, quando tantos outros salários estão congelados, e muitos outros ainda, nem sequer salário têm. Mas, também é real, que a PT, a EDP, a TAP e a CGD vão ter direito a situações de excepção e vão aumentar os seus trabalhadores de acordo com aquilo que entenderem as respectivas administrações. Que raio de País é este com tantas assimetrias, tantas desigualdades, tão negro para uns e tão diáfano para uns quantos? Que miserável terra esta que assim maltrata tantos dos seus filhos?
Finalmente, o argumento gerador da greve na Galp não são os trabalhadores, é a sua administração, querem ver como? Mais uma vez, é fácil:
Como a petrolífera SÓ teve 300 Milhões de Euros de lucros, a administração acha que este facto é razão suficiente para não poder aceitar a reinvindicação dos que trabalham; por outro lado, permitiu-se distribuir por cerca de 20 dos seus administradores algo como 6,2 Milhões de Euros. Estamos ou não num País de doidos, numa república de 'bananas', um feudo dum qualquer chefe tribal e terceiro-mundista?