Como se esperava, como se previa, tudo aconteceu como sempre, ou seja:
O Presidente que já anunciara antes ser contra eleições antecipadas, manteve o Governo em funções, o que na minha modesta opinião está certo já que as 'saídas' que se perfilavam no horizonte próximo não deixavam antever nada de muito melhor; O PSD e o CDS manifestaram plena concordância; o PS discordou rotundamente; o BE atirou-se ao Presidente como gato a bofe e o PCP, embora manifestando discordância, teve uma posição mais "soft" que os Bloquistas, mostrando embora, um condoído Jerónimo mais triste que uma tarde de Inverno de chuva miudinha.
O povo, se escutado nas ruas, afina mais ou menos pelo mesmo dispasão, isto é, há os que sim, há os que não, embora no que toca a alternativas aumente grandemente o consenso, já que a maioria não vê, tal como ninguém vê, boa lura donde saia um melhor coelho...
Enfim, dez dias depois daquela patética(?) posição de Paulo Portas, podemos sopesar os custos da irreflexão do senhor irrevogável, do mestre irreversível, do cavalheiro que não(?) usa hipocrisia política, inventariando assim os prejuízos acumulados:
- O País passou uma imagem para o exterior de nau sem leme;
- Portugal e os portugueses vão pagar mais uns milhões por perdas em bolsa, devido a esta simples manobra de diversão;
- O Governo mostrou publicamente divergências internas que jamais deveriam saltar os muros da Assembleia;
- O Presidente da República, também ele, sai mais fragilizado desta quixotesca atitude de Portas;
- O futuro próximo, nas negociações com credores, estará ainda mais complicado;
- Por oposição a todas estas perdas que a todos vão tocar, eis o ganho miserável de alguns:
- Portas sobe a Vice Primeiro Ministro e passa a integrar as negociações com a Troika;
- Pires de Lima (CDS) mais uma data de fulanos da mesma raiz política, deverão passar a integrar a estrutura governativa. Como dizia Zeca Afonso: "Eles comem tudo...".
Finalmente, uma palavra para o perdedor mor que já nos vem habituando a estas quedas desastrosas: o senhor Tozé (in)Seguro que podia e devia ter apanhado o comboio que o levaria num futuro próximo ao poder, teve uma crise de azia interna (se calhar, foi mal aconselhado pelo dinossauro) e ficou no apeadeiro. Desta vez, (prevejo) a máquina interna vai fazê-lo em fanicos...