O culto da medíocridade é absolutamente patético. É um fado bem português, é destino ao qual não conseguimos fugir. Somos, realmente, amantes do absurdo, gostamos de nos auto-flagelarmos, fazemos alarde de qualidades que já não temos; os tempos dos descobrimentos, a era de darmos novos mundos ao mundo já lá vai há uns tempitos...
Pois é, vamos passar todas as criancinhas dos nossos regimes escolares, vamos igualar os bons aos menos bons, ou até mesmo, aos maus. É isso, vamos nivelar por baixo, vamos torná-los todos iguais no disparate, na falta de educação que não trazem de casa, nas capacidades, ou incapacidades de cada um. Vamos admitir que todos aprendem da mesma forma, que todos revelam o mesmo nível de aproveitamento, que todos sabem escrever um texto de dez linhas, ou que todos fazem uma conta de dividir...
Vamos passar os meninos todos, vamos dizer não aos chumbos, vamos cultivar uma sociedade de idiotas, sem valôres, sem conhecimentos, mal preparada para os desafios do futuro, porque chumbar os meninos sai caro ao Estado e cria problemas emocionais irreparáveis aos meninos, assim como abala a sua autoestima, o seu amor próprio, a formação da sua personalidade.
No que concerne aos professores, é mais uma chapada no rosto. De que serve a avaliação que fazem, de que servem os testes para aferição dos conhecimentos e necessária clivagem entre os melhores e os menos bons, de que serve todo esse esforço, se afinal o bom e o mau terão o mesmo destino, ou seja, a passagem ao próximo ano lectivo? Mais desencorajante e desmotivador não há!...
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