É verdade que o País precisa de recuperar a sua economia, necessita de recuperar riqueza para dessa forma, poder ajudar todos aqueles que se encontram em situações absolutamente desesperadas. É verdade que a indústria, o comércio, os serviços, nomeadamente o turismo, carecem de regressar à "vida" para reequilibrarem os seus orçamentos... É a máquina da economia a falar mais alto que a malvada pandemia que atenta contra a saúde e a vida de tantos de nós. Pois é, até entendemos que tenha que ser feito, mas, teme-se que esteja a ser feito de forma pouco cuidada, pouco pensada, pouco amadurecida.
Depois dos banhos de mar do Presidente, dos incentivos do Primeiro Ministro para que não esqueçamos as férias, depois dos espectáculos do Campo Pequeno e da Casa da Música, como se pode exigir dos Portugueses responsabilidade social, equilíbrio comportamental?
E, eis que Lisboa e Vale do Tejo explodem em termos de casos de contágio diários. A malta jovem reúne-se às centenas, quando não, aos milhares...
Entretanto, reabriram centros comerciais, cinemas e teatros. Transportes públicos a 2/3 é uma utopia; já vi autocarros a abarrotar de gente. Já vi carruagens de comboio pejadas de gente...
Aqui d'El Rei, a abertura foi demasiada. O desconfinamento, afinal, não devia ter sido tão precipitado, não devia ter acontecido tão abruptamente. Agora, tocam os sinos a rebate e há que dar um - vamos ver se chega - passo atrás. E..., olhamos em frente, e temos receio! Vêm as férias da Escola, vêm os turistas ingleses, brasileiros e quejandos em bandos desordenados e descontraídos. E, hão-de vir as gentes dos futebóis..., hão-de vir os emigrantes...
Até quando vamos viver este pesadelo? E, quem manda, quem coordena os nossos destinos, oxalá saiba tomar as medidas mais adequadas, mais assizadas para bem do nosso destino colectivo!