26 dezembro, 2007

Ó Sr. Guarda, assim não!...

Passeando a pé com Família a fim de derreter calorias obtidas nesta época festiva, testemunhei o seguinte, cujos detalhes são estes:
26 de Dezembro, tarde solarenga, 16,30h, Avenida Brasil, na Foz.
Sentido Matosinhos/Foz do Douro, no final da Avenida, quando a mesma bifurca em direcção ao Castelo do Queijo.
Aí um carro patrulha da 'PSP'.
Luzes azuis de emergência, no tejadilho, acesas. 4 piscas ligados, agente motorista ausente, carro com motor em funcionamento, agente policial do banco ao lado, com ar abstraído, indiferente ao serpentear de todo o movimento que tinha que ultrapassar o carro policial.
Até aqui tudo "normal"! Bolas!, todos nós temos que parar por uns instantes para ir buscar algo numa corrida, ou dar um recado a alguém, acontece-nos a todos, não é verdade?
A anormalidade, o espantoso, vem a seguir:
Passei a pé pelo dito carro, com motor a funcionar, todas as luzes ligadas cerca das 16,30 em direcção ao C.do Queijo. Fui em ritmo de passeio até à frontaria do dito Castelo e decidimos voltar para trás. O trajecto entre o carro da 'PSP' parado e o ponto onde invertemos a marcha, feito a penates e naquele ritmo, demorou-nos cerca de 20 minutos!
Pois, passamos pelo carro dos agentes da autoridade, e tudo continuava como dantes, ou seja:
O veículo da 'PSP' estava parado em local perigoso, podendo, eventualmente, gerar acidentes devido ao seu mau posicionamento.
O Polícia condutor continuava ausente da viatura.
As luzes de emergência e os 4 piscas continuavam ligadas (onde era o fogo?)
O Polícia "pendura", passados 20 minutos, continuava impávido, e...
erro crasso mesmo, é que aquele motor a gasóleo continuava a trabalhar!!!
Para alimentar a bateria, que por sua vez alimenta as luzes, mas que, infelizmente, POLUI, lança CO2 na atmosfera e nos mata a todos aos poucos. Naquela situação de absoluta inoperacionalidade, tanta ignorância ou desprezo pelo amanhã dos filhos de todos nós até magoa!

Um Postal de Natal que não chega...

Tenho um Amigo, de entre mais alguns que conto na memória! Um Amigo com quem privei 2 vezes por ano, uma semana de cada vez, há cerca de 35 anos atrás e o que nos juntava era o trabalho. A diferença de idades entre nós era grande, por isso, a sua reforma já lá vão cerca de 20 anos, limitou-nos ao contacto anual, por esta altura de Natal em que escrevemos meia dúzia de linhas um ao outro, contamos as nossas coisas, falamos da Família, planeamos o tal reencontro que ainda não conseguimos e, obviamente, juntamos o postal de Boas Festas. O meu Amigo vive além mancha, é britânico, muito Amigo, muito 'gentleman' e, também, como seria de esperar muito pontual. Mas, este ano não o foi! Ainda não recebi o seu postal de Natal nem as suas novas... Estou inquieto...

09 dezembro, 2007

Cimeira UE/Africa em Lisboa - III

Em imagem televisiva foi-nos mostrado um painel quadrado, colocado no Parque das Nações e de razoáveis proporções com as letras "darfur" em destaque. Provavelmente, foi ali colocado por alguma organização dos Direitos Humanos antes da chegada dos governantes europeus e africanos para lhes chamar a atenção para o óbvio. Um repórter entrevistou ao acaso 5 passantes: 3 jovens e 2 homens de 50/60 anos. À pergunta sabe por que se encontra ali aquele painel e o que significa a inscrição, em letras garrafais "DARFUR", os 3 jovens responderam, mais ou menos assim: "Não faço ideia! Nunca ouvi falar! Não sei o que significa o painel!" Os 2 homens de meia idade, tiveram respostas expressando os seguintes conceitos: Um deles sabia do que tratava, tinha ouvido falar e tinha consciência que era uma catástrofe humanitária. O outro, disse ao repórter que pensava tratar-se de um hipermercado, de um supermercado, que vendia roupas, móveis ou coisas assim, não é?... Quão longe andam da realidade aqueles 3 jovens e este último homem!!! Mas, que é preocupante que em 5 entrevistados, 80% deles nos dêem esta amostra de tanta fragilidade intelectual e humana, lá isso é!

07 dezembro, 2007

Cimeira UE/Africa em Lisboa - II

Imagens televisivas de hoje (Sic) dizem-nos que a segurança dos Chefes de Estado e Primeiros Ministros presentes na cimeira, bem como as suas comitivas, movimenta cerca de 3.250 polícias, cerca de 300 viaturas, entre motos e carros, 3 helicópteros e alguns meios da nossa marinha no rio Tejo. Nunca tal se viu nesta bendita terrinha! E para quê e porquê? Para proteger 80 ilustres(?) colunáveis que espirram, que tossem, que vomitam, que urinam e defecam como todos, mas mesmo todos! e qualquer um de nós, vulgares mortais.
Numa coisa o "nosso Primeiro" teve razão: "é melhor fazer isto do que não fazer nada" - referia-se, após interpelação de um jornalista, à discussão que, supostamente se terá sobre direitos humanos. Como o "nosso Primeiro" é crente, como se os povos da Etiópia, do Sudão (Darfur), do Zimbabwe, da Somália, para não me alongar mais na desgraça, alguma dia possam vir a viver melhor em resultado das conversas deste fim de semana!!!

06 dezembro, 2007

Cimeira UE/Africa em Lisboa - I

Estima-se que os custos desta cimeira ascendam aos 10 milhões de euros!!!
Caramba, será que o Estado Português vai ser patrocinado pela Galp, cujas comparticipações nas petrolíferas Brasileira e Angolana e a recente descoberta de novos poços de petróleo naqueles países vão dar para cobrir tais custos? Ou será que, repentinamente, estamos com a mania das grandezas só pelo facto de, temporariamente, comandarmos os destinos da Europa e, então, há que dar aspecto da "potência" que não somos, e jamais seremos, enquanto tivermos as tais manias?
Dos quatro temas da agenda para este próximo fim de semana, ficará para a posteridade uma nota de orgulho pessoal do sr. Primeiro Ministro português: a de ter conseguido durante a sua legislatura congregar em Lisboa tamanha nata(?) diplomática. Mas, tal feito, "por mares nunca dantes navegados...", é bom não esquecê-lo, vais sair-nos do bolso em impostos.
A tristeza maior é que, quanto a medidas de fundo que resolvam, efectivamente os problemas de milhões de pessoas que todos os dias sofrem no corpo, na mente, a fome, os maus tratos, a discriminação, o abandono, o insulto, a perseguição, eu sei lá?... até onde poderá ir a dor na sua mais vasta imensidão!, essa, vai continuar lá, imutável, silenciosa, parda, doentia, 'ebolesca', cruel, esfomeada, sugando a vida até ao último sopro, porque nada de palpavel vai acontecer, nada vai mudar, lamentavelmente...
10 Milhões de Euros! Tanta suite, tanta berlina, tanto champanhe, tanto avião, tanta polícia, tanta logística, tanto dinheiro!!!
Quanta Garrafa de água?
Quanta Garrafa de sumo?
Quanto Pão?
Quantos quilos de Carne?
Quantos pacotes de Leite?
Quantos Iogurtes?
Para "matar" a fome a tantos e tantos que dela morrem a cada dia...

04 dezembro, 2007

Se Maomé não vai à montanha...

Pois é!... se "Maomé não vai à montanha, então que vá a montanha a Maomé"; isto não é mais do que um aforismo popular que todos conhecemos e que uma personalidade espanhola acaba de proferir, enfatizando mais ou menos o conceito - não recordo a frase por inteiro -, que se a tal montanha, que deveria ter ido onde não foi, não sabe bem onde deve estar, então pobre montanha esta!, sem um fio de inspiração em si nascido, que alimente sequer uma simples flor, num singelo tributo ao belo, à arte, ao encantamento,... enfim à cultura. Muitas têm sido as honrarias concedidas por "nuestros hermanos" ao nosso prémio Nobel José Saramago. Nós, por cá, foi lá o nosso embaixador e quanto ao resto, primamos pela mais absoluta indiferença. Não valorizarmos o Homem, o Artífice da Escrita, o Esmerilador das Ideias com a presença que deveria ter sido obrigatória da nossa ministra da cultura. Que pena e que jeito têm alguns de nós, não todos, felizmente!, para se apoucarem tão amiúde.