30 abril, 2009

Não é justo!

Recebi hoje um e-mail pedindo para me juntar a uma petição que decorre "on line".
Claro que vou assinar tal petição esperando que, dessa forma, se crie um movimento com a força necessária para levar o caso até à Assembleia da República e que aí se acabe com a injustiça social que se está a criar e que gostaria de vos contar. A questão é esta:
Até há alguns anos a esta parte, uma Licenciatura era composta por cinco anos de estudos em Faculdade, sendo que quatro o eram nas paredes da dita Faculdade e o último era ano de estágio, ou seja, trabalhando numa qualquer instituição, com continuidade de avaliação por uma Metodóloga e sempre ligado à dita Faculdade, até à emissão da respectiva certidão de habilitações. Neste tempo, um Bacharelato tinha três anos de estudos.
Após a introdução da metodologia de Bolonha, (Lei aprovada em Março 2006) uma Licenciatura passou para três anos! Um Mestrado tem, como antes tinha, dois anos de duração!
Quer dizer que, com a falta de trabalho entre os recém Licenciados, todos, ou quase todos, optam por após os três anos de "Bolonha", entrarem de cabeça no Mestrado. Resultado: ao fim dos mesmos cinco anos de esforço, não só, são Licenciados mas, também, Mestrados.
Em termos de concorrência para lugares de carreira pública, os actuais Licenciados e Mestrados estão desde logo, à frente dos Licenciados de há 3 anos atrás, porque no papel, é dito que estão mais habilitados(?).
O mais engraçado disto tudo, que não tem graça nenhuma provocando uma terrível injustiça social, é que o antigo Licenciado (feito até Março 2006) vai à sua ex-Faculdade consultar a realidade de hoje e fica abismado, pois "grosso modo", o panorama sintetiza-se desta forma:
  • A actual "Bolonha" é o antigo Bacharelato
  • O actual Mestrado não é mais, para um Licenciado com cinco anos de estudos, que a repetição dos últimos dois anos lectivos da sua Licenciatura, ou seja, um Licenciado de 2005 QUE INTENTE MESTRAR-SE, vai pagar propinas novamente e voltar a ouvir e a ser avaliado às mesmas matérias por que já passou e sobre as quais foi avaliado e aprovado.
Não resisto a deixar no ar uma pergunta, cuja resposta muito agradeço a quem a souber:
Será que o Estado Português está disposto a permitir que uma das suas Instituições, o Ministério da Educação e/ou o do Ensino Superior, se auto flagelem, se denigram, admitindo que até 2005, os dois últimos anos de todos os cursos ministrados eram "menores", "desqualificados", dados por "amadores", "aprendizes de professores" e que, portanto, se deve passar uma esponja, depositar no eco ponto e não se pensa mais nisso. Se a resposta do Estado for sim, como eu queria, então, que acontecessem estas duas coisas:
  • Devolução das propinas desses dois anos a todos os prejudicados.
  • E levar o Estado português ao banco dos réus do Tribunal das Comunidades Europeias.
As consequências desta postura errada e altamente lesiva para milhares de portugueses, verificam-se quando dois candidatos concorrem a um mesmo lugar, gerando esta estúpida contradição:
  • Têm ambos 5 anos de esforço e de estudos.
  • Têm ambos estágios feitos.
  • Deram ambos, praticamente, as mesmas cadeiras, as mesmas áreas temáticas, com a mesma carga horária.
  • Um é Licenciado e Mestrado e, portanto, melhor colocado numa qualquer lista concursal e melhor pago.
  • O outro é só Licenciado, dono dos mesmos saberes mas, perante os "papeis" está abaixo, é inferior, não tão qualificado, nem sequer, igualmente pago, podendo a diferença chegar ao estar EMPREGADO OU... DESEMPREGADO!!!
Se não corrigem rapidamente estas assimetrias tão gritantes, um dia destes, andamos à bofetada uns aos outros!

Manuel Alegre, bem dito!

Nos noticiários de hoje, TVI/13 horas, foi dito ao País que anda um cavalheiro com nome de "Inspector" e, supostamente, da educação a "cheiretar" numa escola em Fafe, onde aqui há uns tempos atrás um grupo de alunos recebeu com ovos a titular da respectiva pasta.
O Ministério e a sua inquilina provisória - neste mundo tudo é provisório, tudo é fugaz e efémero - está com vontade de descortinar se as tais atitudes tiveram ou não, o incentivo, o apoio , o beneplácito dos professores.
O tal inspector pergunta, investiga, sugestiona e toma notas para mostrar serviço mas, e também, na mira, na expectativa que haja um deslize, uma sugestão, uma acusação que possa atirar "uns contra os outros" e que daqui advenham castigos, correctivos e outros adjectivos...
A Democracia Portuguesa está a ficar doente!
A Senhora que tutela a Educação não vai por bom caminho, o que aliás tem sido seu apanágio.
O Governo que a mantém no cargo, deveria aconselhá-la, dizer-lhe que tais procedimentos já não são desta época.
Bem haja um Homem que, independentemente de estar filiado e ser co-fundador do partido Socialista, tem do Socialismo uma visão Democrática bem mais ampla e profunda a ponto de dizer, mais ou menos, isto: - "A Escola não serve para fazer burros e delatores, e se quem manda na Educação ainda não percebeu isso, então, que mal servida está a Democracia".
Plenamente de acordo!.

"A culpa é do outro!..."

Isso não se fazia!, isso não se faz!, só no tempo da outra "Senhora" é que o aparelho de Estado se confundia, se mesclava, era um "todo" com o partido do poder.
Então os Senhores não pensaram, não raciocinaram como deve ser sobre uma problemática como esta e as suas implicações?...
E agora o Sr. Secretário Geral do Partido, Engº. José Sócrates, escreveu uma carta de "mea culpa" a todos os encarregados de educação. Que despropósito!...
Vem aí a campanha eleitoral e vai daí misturam-se criancinhas com o "magalhães" e o magalhanês, instalações escolares à disposição, alguém "com jeitinho" para uma gravação de vídeo - ou terá sido uma empresa? - e já está!
Deu asneira! a Oposição veio a terreiro, os pais foram apanhados de surpresa, afinal há que arranjar um "cabeça de turco", que é como quem diz: "alguém é culpado, menos eu!" e, então vai levantar-se um auto, ou lavrar uma participação com destino a outras instâncias contra a empresa que "abusivamente" gravou tais imagens. Que desfaçatez, que lata!...