Desemprego e fome a baixar? Mentira!

Cai o Desemprego em Portugal, dizem os analistas, os políticos e o Instituto Nacional de Estatística. Que frágil é esta afirmação, quando se fala na requalificação de centenas de funcionários públicos e quando se constata que o número de desempregados se refere a épocas, que pela sua sazonalidade, podem enganar os mais incautos.

É natural que nos meses de Verão haja alguns milhares de jovens no desemprego que consigam encaixar-se no negócio da restauração, nomeadamente, bares de praia, esplanadas e afins. Mas, é um facto que a chegada do Outono, e mais própriamente do Inverno, faça cessar tais ocupações.

Do que falamos acima, também não é de excluír o desaparecimento das listas de desemprego de todos aqueles que passaram a ter emprego(?!), é verdade, mas um emprego absolutamente miserável, como é o caso de alguns milhares de professores. Veja-se o que se passa com os professores AEC (Actividade de Enriquecimento Curricular) a quem foram atribuídos pelas Autarquias, horários semanais de 3, 4, 5, 6, 7, 10 horas, repito: horas semanais! Chamar a isto emprego... (com ganhos de 150, 200, 300 Euros/mensais) é, no mínimo, insultar a nossa inteligência.

É com estes, também, que o Ministro Mota Soares (que chegou de Vespa no seu primeiro dia de trabalho à Assembleia, mas que se perdeu algures...) conta para baixar os números do Desemprego em Portugal. Exigimos: parem de nos chamar estúpidos!

Desemprego a baixar, será?...

Afinal, a realidade pode bem ser outra...

Temos sido bombardeados constantemente com a notícia de que o Desemprego tem estado a diminuir em Portugal. A ser verdade, seria uma óptima notícia!

Pela leitura do artigo constante no 'link' acima, não será assim tão linear a constatação de tal realidade, uma vez que, para além dos cerca de 120.000 portugueses que rumaram a outras paragens, embarcando na carruagem da emigração, haverá também, muitos outros milhares que, estando sem trabalho, frequentam os Cursos de Formação promovidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. E, aqui é que reside o busilis da questão, pois ao que parece, estes formandos que são aos milhares por este País fora, não contam para a totalidade dos desempregados cá do burgo. A ser assim é grave, e mais grave se torna quando se alicerçam ideias duma pseudo-melhoria numa vil e terrível mentira.

Dinheiros Públicos

O Governo anuncia aumentos de taxação sobre os rendimentos Dourados, isto é, acima de 5.000 Euros, quer sejam Pensões, Subvenções ou, Subsídios de Reintegração.

Sobre as Pensões, há que considerar, exceptuando os Políticos, é claro!, que quem as tem de elevado valor, também para elas descontou toda uma via inteira de trabalho; parece, portanto, algo injusto que se prive alguém de receber aquilo para o qual trabalhou.

Quanto às Subvenções, nos tempos que vivemos, não faz qualquer sentido que quem tenha estado na vida política por uma dúzia de anos, tenha direito a receber montantes chorudos, importâncias obscenas, quando ainda por cima as acumulam com as do exercício de uma qualquer actividade em que tenham, entretanto, ingressado.

Os Subsídios de Reintegração na vida activa, são uma vergonha, um escândalo e era bom que o Primeiro Ministro acabasse com tal despudor de uma vez por todas. Então porque as pessoas saem da política, há um subsídio de montante vergonhoso para ajudar advogados, economistas, médicos, arquitectos e outros especialistas já com "vida montada" a regressar à sua actividade. Tenham dó, e vergonha também!

Delphi, o drama social e nacional

O fim anunciado!

A Delphi de Ponte de Sôr vai despedir 439 trabalhadores no último dia do ano corrente. Na mesma data, 31 de Dezembro serão, de igual forma, despedidos mais 300 efectivos da fábrica, da Guarda. Em época festiva, Natal e Fim de Ano, fatias de Bolo Rei bem amargas e uvas passas bem ressequidas para estes trabalhadores e respectivas famílias.

Que a governação que agora reinicia um novo ciclo, possa segurar os dinheiros públicos, e as regalias que, regra geral, se concedem a estas multinacionais. Visam unicamente o lucro. Se não correr como planeado, abandonam à sua sorte quem os serviu e viram costas de forma irresponsável e imoral depois de terem 'engolido' milhões e milhões em "facilidades" obtidas para a sua instalação.

A "Delphi" está instalada em Portugal desde há 29 anos. No processo de despedimento que agora, infelizmente, se anuncia diz-se que cada trabalhador será indemnizado com 2 meses de vencimento, por cada ano de trabalho. Se tal vier a confirmar-se, há que reconhecê-lo, não sendo bom, já se assistiu a coisas piores.

Que o governo esteja alerta para casos futuros. Criem-se clausulas contratuais que, em caso de abandono do projecto de forma abrupta, possam gerar indemnizações pesadas que sirvam para a criação de novas indústrias e consequente reintegração dos trabalhadores.

Satisfeito na insatisfação?!

Há alguns dias, vimos o Sr. Primeiro Ministro afirmar com cara angelical, entre o humilde e o sofrido, mais palavra, menos palavra, que:

Destes últimos quatro anos de governação, os momentos mais marcantes, de maior peso e significado, que ficam indelevelmente marcados no seu espírito e na sua recordação, foram sem dúvida, aqueles em que presidiu a cerimoniais de certificação de portugueses, na entrega de diplomas a milhares de cidadãos.

A Universidade Católica promoveu um estudo, encomendado pelo governo, em que conclui que "As Novas Oportunidades" e os milhares de portugueses certificados, infelizmente, pouco ganharam; os que estão empregados, a sua entidade empregadora, não pode ou não quer, saber desta certificação para nada e, os que se encontram no desemprego, também não é porque agora estejam "legalmente" mais habilitados, que encontraram colocação.

Em suma: As Novas Oportunidades, na prática, estão a revelar-se um fiasco! servem tão somente, para incrementar as estatísticas e para dizer ao mundo que agora estamos melhor preparados que antes. Mentira, senhores da Europa, é mentira!

Assustador!

D. Manuel Clemente, Bispo da Diocese do Porto, em entrevista televisiva com a jornalista Judite de Sousa, pensa que os números do desemprego a norte deste País, chegam já aos 15%!!!

Sustenta esta convicção baseado nas informações que chegam das muitas paróquias onde se verifica a miséria latente de muitas famílias e se chega já, ao patamar bem preocupante, de muitos lares onde se não passa de uma única refeição diária.

E os impérios financeiros, em festa, clamam por mais e mais...

Vale tudo?

Num noticiário de ontem escutei o seguinte:

O grupo Amorim (corticeira, lembram-se?) apresentou lucros em 2008 que ascendem a 6 milhões de euros...

Subitamente, dei comigo a pensar, ou seja, o poderoso computador que é o nosso cérebro começou a processar esta informação - lucros obtidos de 6 milhões...

Então, o meu cérebro, qual computador a queimar os circuitos integrados, entrou ele, também, em suposta disfunção, pois não consegue entender como é que uma empresa a dar lucros - e de milhões!, consegue ter a desfaçatez, o despudor, a atitude sem qualificação de ter despedido há bem pouco tempo cerca de 200 trabalhadores. Mas, o que é isto? Estamos num qualquer País terceiro-mundista, tipo África ou América do Sul e Central onde vale tudo, ou pelo contrário, será que os nossos governantes estão prontos para fiscalizar e punir esta falta de humanismo, de ética, de consciência cívica em que vivendo tempos tão conturbados quanto este, se permitem estas selváticas posições. A resposta - venha ela - a quem de direito!