21 janeiro, 2015

Estamos a morrer nas "Urgências"

Portugal está em sobressalto. A população está alarmada com o número inusitado de mortes que estão a acontecer nos corredores das Urgências dos nossos hospitais. Ninguém quer vêr os corredores do hospital como a antecâmara da morgue. 
Os doentes, devido ao frio, devido ao maior afluxo de pessoas, devido à falta de médicos e enfermeiros, devido a teorias economicistas em que se reduziram equipas em vez de se proceder ao seu reforço, estão a morrer "cheios de saúde", que é como quem diz: estão ali as paredes, estão ali os meios técnicos, aquilo são sítios preparados para salvar vidas e morre-se esquecido em cima duma maca, encostado numa qualquer parede, sem a mínima atenção para o último sôpro de vida, porque são escassos ou, significativamente insuficientes, os meios humanos nomeados, escalados... Porque são poucos, porque não compareceram ao serviço, porque adoeceram aos molhos, porque não se responsabiliza criminalmente quem deveria responsabilizar-se. Há gente com responsabilidades - médicos e enfermeiros - a faltarem ao serviço apresentando atestados para tal. Não se discute aqui, se são bem ou mal pagos, se são os necessários ou há carências. O importante perante uma tal vaga de portugueses em desgraça, é guardar as "guerras" que houver para travar para mais tarde e, acorrer-se a quem mais precisa antes que haja mortes a lamentar que, em circunstância alguma, deveriam acontecer...

Está na hora do senhor Ministro da Saúde, chamar as pessoas pelos seus nomes e responsabilizar de forma séria e de uma vez por todas, todos aqueles que, por isto ou por aquilo, não deveriam trabalhar em Saúde. Está também na hora do próprio Ministro fazer o seu acto de contricção e perguntar a si mesmo, quantas destas mortes não vão "viver com ele" para o resto da sua vida, bem lá no mais recôndito do seu sêr? Senão, de que serve a correria louca em que os abnegados Bombeiros deste país levam doentes aos hospitais, correndo sérios riscos de vida, se depois os deixamos horas e horas a fio à espera de socorro?

Rezingão e altaneiro


Eu tinha prometido a mim próprio que não voltaria à questão, pois entendia, e entendo, que não devemos imiscuírmo-nos nos desígnios da Justiça. Mas, a verdade é que este senhor teima em não nos dar paz e faz um alarido dos diabos à volta de tudo e de nada, tocando já a raia da incompreensão e aborrecimento pela verborreia exacerbada com que nos mima a todos.

Depois de Évora e daquele episódio autoritário, tétrico e mal criado, eis que agora aposta forte na vitória do "Syriza" (partido radical de extrema esquerda) nas eleições do próximo Domingo, na Grécia.


Sem dúvida, está a ser difícil a velhice, a decrepitude e a ausência de e do poder - já lá vão quase vinte anos -, e passa por momentos de verdadeira arrogância que em nada dignificam o passado, mais ou menos glorioso(?) desta velha raposa. Porque não se acoita no seu covil e aconchega a manta sobre os joelhos?