Levanto-me de manhã e olho o dia à frente
Ainda nem sei o que farei, nem como vai correr
Lá vai o dia indolente, devagar, dormente
Levei às costas as horas, sem saber o que fazer.
Belisco-me atordoado, meio zonzo, ensonado,
Engulo o café, os cereais, estou em pé e pouco mais
Deambulo na cozinha e ouço na rádio uma qualquer mensagem
Que me gela, e me leva à pergunta: para onde vais?
Não. Eu prometo que por ali não volto a seguir,
Por aquela vereda, eu não me vou escapulir.
Assumo que vou ficar, doa a quem doer, eu ficarei.
Jamais foi minha intenção fugir; também não quis fingir,
Que não sendo aquilo que sempre quis ser, afinal, tenho que admitir.
O que fiz ou não fiz, certo ou errado?, fi-lo o melhor que sei!
Carlos Menezes