Continua a morrer-se de fome na faixa de Gaza. Fome, fome até ao humanamente insuportável provocada pela guerra sem quartel, pelos ataques consecutivos e massivos sobre a população civil indefesa, pelo lançamento de alimentos em pára-quedas que esmagam gente no solo, pelo atropelamento mortal de camiões carregados de alimentos, que são "atacados" por gente faminta, esfomeada, que no auge do desespero em que se encontram, forçam os condutores a encetar fugas desordenadas que deixam atrás de si um rasto de sangue...
Morre-se em Gaza por tudo e... por nada. Por culpa do Hamas! Por culpa dos Israelitas!
Cada um dos lados, está na extremidade oposta do outro, pelo que se trata de uma guerra que ninguém pode ganhar. O Hamas jamais vencerá os Israelitas, mas estes, por sua vez, jamais conseguirão exterminar o Hamas, pela simples razão de que, por cada guerrilheiro/terrorista morto, mais dois se levantarão, por serem filhos do primeiro e estarem, portanto, cegos de ódio e quererem a qualquer custo, levar a cabo a vingança que habita nos seus cérebros.
Tréguas, cessação de hostilidades, conversações, diplomacia, intervenções internacionais pró e contra, dois Estados, acordos pontuais entre as partes pela celebração do Ramadão, nada fruirá enquanto o Hamas quiser trocar, por exemplo, 100 reféns que ainda tenha em seu poder, por 1.500 Palestinianos nas cadeias Israelitas. Que raio de acordo é este em que por cada ser humano refém haja que libertar 15 ou 20 seres humanos da outra banda. Onde está a justiça, onde está a igualdade, onde está a vergonha, onde está a ética e moralidade de alguém que quer um Deus para si e um Demónio para os outros?
Neste enquadramento infeliz, não se vislumbra um fim para toda aquela mortandade, a menos que haja uma intervenção internacional musculada e justa para com os dois lados da contenda.
