28 junho, 2023

Pais, acordem!

O Ministro da Educação, João Costa de seu nome, é dono de uma acirrada e malévola teimosia por se recusar a ver o óbvio: HÁ FALTA DE PROFESSORES!

Pois bem. Para colmatar o défice de tais profissionais, o referido cavalheiro no ano lectivo prestes a terminar decidiu passar a aceitar como bons para ensinar os nossos filhos, quaisquer Licenciados sem que estes tenham feito um qualquer estágio pedagógico que os habilite a dar aulas munidos de todos os ensinamentos e preparações específicas para o desempenho cabal de tal mister. Soube-se, entretanto, que se encontram já nesta situação cerca de 3.000 Licenciados que têm preenchido como podem, a função para o qual não estão preparados...

À data de ontem, anunciou-se que o Governo se prepara para aprovar legislação no sentido de providenciar aos referidos Licenciados, e a outros que venham a ser recrutados, um "Mestrado parecido" com o Estágio Pedagógico a que todos aqueles que são Professores de verdade, e por sempre terem sonhado sê-lo, se submeteram quando iniciaram as suas carreiras. Até aqui tinhamos Professores que sempre o quiseram ser. A partir de agora, teremos a leccionar nas nossas Escolas, alguns que jamais quiseram ser Professores, mas que, face a uma situação de pouca empregabilidade nos cursos que fizeram, vão estar a "ensinar", vão estar a lidar com o amanhã deste País, não sabendo, não tendo todas as ferramentas, carregando em si mesmos uma lacuna difícil de preencher: vocação!

Por enquanto, os País/Encarregados de Educação parece ainda não terem acordado para esta nova realidade. Seria bom, que face à diminuíção qualitativa do nosso Ensino, os Pais saíssem a terreiro no intuito de assegurar que o futuro dos seus filhos, que passa obrigatóriamente, pela sua instrução, pelo desenvolvimento do seu intelecto, se manifestassem para evitar mais uma golpada de pura maquilhagem em que a nossa Governança se tem vindo a especializar.

Prigozhin, depois da palhaçada...

O "patrão" do grupo paramilitar Wagner, protagonizou um verdadeiro golpe palaciano quando invectivou dura e causticamente o Kremlin e o seu ex-financiador, Vladimir Putin.

Declarou pública e universalmente o seu antagonismo para com alguns dos Generais do aparelho, em Moscovo, e iniciou uma marcha sobre aquela cidade, de forma a mudar substancialmente, o poder instituido.

Percorreu mais de 600 kms de sul para norte da Rússia, sem que alguém lhe saísse ao caminho, barrando-lhe a passagem, excepto a força aérea, que sofreu as consequências de tal afronta, sofrendo a perda de 7 aeronaves e respectivas tripulações.

A 200 kms do destino, zona onde Putin tinha anunciado ter mandado criar um perímetro de segurança, eis que o nosso homem trava às quatro rodas os seus 400 veículos da sua máquina de guerra e, sorrateiramente, sem que ninguém o entenda, mete o rabinho entre as pernas e faz um recuo estratégico,abortando a sua tentativa de assalto. Ao que parece, Lukashenko, Presidente da Bielorrúsia, conseguiu através de um mero telefonema, convencer Prigozhin a recuar.

E, pronto. Assim, se anuncia o dia do juízo final, e logo a seguir, toca a andar que se faz tarde!...


Kramatorsk, a desgraça da morte

Uma e outra vez mais, os tresloucados Russos semearam a desgraça, a miséria e a morte.

Desta vez, como em tantas outras vezes, dispararam contra edifícios civis, nomeadamente, um restaurante em hora de jantar, pejado de clientes.

Semearam a destruíção, provocaram dezenas de feridos e 11 mortes, entre as quais se contam 4 crianças. Destas, há o desaparecimento de duas irmãs gémeas que completariam 15 anos de idade no próxímo mês de Setembro.

Tanta dôr, tanta lágrima, tamanho desespero... Para quando, a paragem destes actos alucinados desta canalha que mais não faz, senão provocar uma verdadeira hecatombe em termos humanitários?

22 junho, 2023

Sócrates e os "recursos"...

José Sócrates, ex. Primeiro Ministro de má memória para a grande maioria dos Portugueses, está sujeito a uma medida de coacção que consta da sua apresentação quinzenal no posto da GNR da área da sua residência. De permeio, faz umas viagenzitas ao Brasil sem dar cavaco a ninguém, que é como quem diz: "estou-me borrifando para a tal medida de coacção".

Veio agora a terreiro, pedir a suspensão de tal medida e o Juiz encarregado do caso decidiu pela sua não aceitação. Aqui d'el rei que o homem, todo enxofrado, decide interpôr recurso de tal decisão, estando disposto a levar o caso até ao Tribunal Constitucional.

Como o dinheiro é barato para esta gente, que acha que tudo pode, que tudo tem, que é dono e senhor do seu próprio destino, mesmo depois de, como tudo indicia, ter cometido uma data de ilicitos contra tantos de nós. Os recursos custam muito dinheiro, os advogados fazem-se pagar a peso de ouro... De onde vem tantos fundos para que esta sinistra personagem continue a ombrear neste taco-a-taco com a Justiça portuguesa? E, já agora, para quando a marcação de julgamento na barra de Tribunal perante um Juiz? Se se descuidarem, ainda vão deixar passar os prazos legais e caír, naquilo que seria, uma traumatizante e enxovalhada exigência de indemnização ao Estado Português. E o tal Estado, somos todos nós; você, eu e todos os restantes.

Língua Portuguesa, um mimo

Marco Neves é Professor, Tradutor e Escritor. Merece bem a clicadela para lermos o seu belo naco de prosa sobre a Língua

Um belíssimo artigo sobre a Língua Portuguesa da autoria de Marco Neves e publicado no site do SAPO.

Usemos e abusemos do uso - se possível, bom - da língua, pois com tal uso teremos melhores falantes, teremos gente mais culta e evoluída, teremos jovens que levem até à eternidade toda a beleza da nossa língua.

Falemos, ouçamos, comuniquemos para dessa forma podermos escrever de forma mais correcta a língua de todos nós. Independentemente, das zonas geográficas do nosso País e das várias e diferentes sonoridades e sotaques que caracterizam cada uma, divaguemos e deliciemo-nos com a multiplicidade sonora de uma boa conversa, ou deleitemo-nos com a beleza de um escrito que constitua um belo pedaço da história da nossa bela língua.

18 junho, 2023

Roberto Martinez, um Senhor!

Jogou-se ontem o encontro de futebol entre Portugal e a Bosnia. Para nossa alegria, os nossos rapazes deram um show de bola aos adversários.

No entanto, hoje, não venho dissertar sobre futebol. Não! Desta vez, apetece-me enaltecer o nosso Selecionador Nacional da bola que rola nas quatro linhas, Espanhol de naturalidade, que faz questão, em tão pouco tempo à frente dos destinos da nossa Seleção, de bem falar a língua de Camões, o que nos deixa, senão a todos, pelo menos a mim, em particular, extraordináriamente feliz por ver um tal exemplo de profissionalismo e respeito para com todos nós. Nas conferências de imprensa, antes e depois do jogo, Roberto Martinez exprimiu-se num Português que faz inveja a muitos dos naturais deste País, tal é a sua desenvoltura linguística. Parabéns a este Senhor, um verdadeiro cavalheiro para com as gentes e a cultura Lusas.

Nos antípodas do elogio deixado acima, está a triste figura dum canal televisivo que fez questão de legendar toda a comunicação de antevisão ao jogo de Roberto Martinez, não nos deixando extraír mais que duas ridículas conclusões:

1 - É, no mínimo, pouco simpático para com o Selecionador este tratamento, pois acham que aquilo que ele fez é coisa pouca, e como tal, toca a fazer a tradução, não vá o Homem dizer alguma atoarda. Para que conste, há que repetir, ele fala melhor Português que muitos Portugueses que por aí cirandam...

2 - Devem imaginar que todos os espectadores são algo burrinhos e pouco letrados, pois embora o Homem tenha, naturalmente, o seu sotaque próprio, acharam que não seriamos capazes de entender a mensagem no seu todo.

Em suma, ó televisões desta terra: deixem-se de legendas a este Senhor pois ele, sem dúvida, anda a estudar Português e deixa bem claro, que tem os trabalhos de casa em dia.


11 junho, 2023

Putin não tem limites

Na barragem Ucraniana de Kakhovka, dinamitada pelos Russos - eram eles que estavam na sua posse -, já se lamentam 6 mortos e 35 desaparecidos, números oficiais, regra geral bem distantes da realidade.

A fera russa, a despeito de tamanha miséria criada, não só às pessoas, como aos seus bens, como aos campos agrícolas alagados e transformados em pântanos, como também à destruíção de múltiplos ecossistemas que se encontravam a montante e a jusante e que, agora, se encontram destruídos, a fera, o monstro russo, disparou sobre um barco carregado de gente que estava a ser retirada das suas casas, matando mais 3 pessoas e ferindo outras 8. Não há dúvida: quando o sr. Peskov, porta-voz do Kremlin vem alegar que se a barragem "colapsou", tal se deve à intervenção dos Ucranianos, este homem cavalga a besta duma qualquer utopia vendendo propaganda barata e de feirante, e enferma do mais rocambolesco e reles cinismo e desfaçatez. 

Ao que chega a alma humana..., confesso atordoado e incrédulo: é algo que não pára de me surpreender!...

08 junho, 2023

E o Porto levou a Taça

 O Mundo tem estado demasiado trágico, para nos perdermos com coisas menores, que não-obstante, não deixaram de fazer parte do nosso quotidiano. É verdade, por muito desastre humanitário, por muita tragédia ambiental, por muita fome em várias zonas deste nosso lindo planeta, não podemos ignorar, "tout-court" que o enorme, o grande, o fantástico Futebol Clube do Porto, venceu a Taça de Portugal 2022, frente a um adversário valorososo como é, sem dúvida o Sporting Clube de Braga.

Fou uma grande jogatana de futebol, daqueles jogos que dão prazer ver de camarote, como costuma dizer-se. Venceu o Porto, como poderia ter vencido o Braga, tal foi o "tu cá-tu lá" em que se desenvolveu a partida.

Honra a ambos os conjuntos que souberam ser dignos um do outro.

Educação, que esperais?...

João Costa, responsável da Tutela da Educação congratulou-se com o percentual de Docentes "que alinharam" na vinculação dinâmica. Segundo ele, seriam 80%. Errado, sr. Ministro! Cerca de 20% pertenciam à "regra travão", pelo que restam sómente 60% de Professores que alinharam só Deus sabe em quê - no ano lectivo de 24/25, logo se verá qual a armadilha que este Ministro lhes montou -, para, aí sim, se darem a devida conta na alhada em que se meteram.

Salta à vista, que há gente para quem o umbigo é o ponto cardeal que norteia toda a sua orientação, não medindo consequências, não tirando ilações, não assumindo que, afinal, o respeito não se compra, não se vende, não está ali ao virar da esquina. O Respeito conquista-se, nem que para tal haja que suportar alguns dislates de quem manda. Para se ter uma espinal-medula direita, vertical, inquebrável, há que arrostar com alguns sacrifícios para se lá chegar. Infelizmente, a classe dos Professores - 60% -  foi lesta  a aceitar a vinculação dinâmica proposta pelo Governo e, com tal ganância vão ser "disparados" para onde os srs. Directores de Agrupamento decidirem que deles têm necessidade. Aí, nessa altura, vão doer os dentes a muita gente, mas não poderão dizer que não foram os próprios a decidir o seu próprio futuro.

Resta SAÚDAR, resta felicitar, há que cumprimentar com efusividade todos aqueles 40% de Professores que foram íntegros, foram pensantes, foram lógicos, não embarcaram em manobras governativas que mais não são do que um presente envenenado. Não estiveram dispostos, não aceitaram, não concorreram, não estão disponíveis, querem ser donos das suas vidas, dos seus destinos, do seu futuro e decidiram viver com as suas Famílias, decidiram ser felizes, decidiram pela estabilidade, pela segurança, pela paz, que a vida é agora. O tempo de viver e ser feliz é agora, e não quando os srs. Ministros do interior dos seus gabinetes climatizados decidem pôr o pé no cachaço de todos aqueles que estejam sob a sua jurisdição.

Vivam todos os Professores que o querem ser, mas não abdicam de ser livres e gente mais feliz!!!

Barragem de Kakhovka - o ecocídio!

São 37 vilas e cidades na região de Kherson que se encontram total ou parcialmente inundadas... São centenas de milhar de pessoas que sofrem na pele a devastação medonha de uma tal catástrofe. Perderam as suas casas, estão sem eira nem beira atiradas para a miséria. Já se perderam vidas humanas que mais não voltam, e outras mais hão-de vir a perder-se por insuficiências ou falta de abrigo e de alimentos para que se mantenham vivos.

Os prejuízos são incalculáveis, as vidas destroçadas são mais que muitas, os ecosistemas que a barragem alimentava estão destruídos, a matança de peixes é aos milhões, tudo, enfim, é de uma enormidade tal que se assemelha a uma qualquer tragédia bíblica que todos julgávamos tinham ficado bem lá para trás.

Como se não bastasse todo este cenário dantesco, eis que as águas desta enormíssima barragem alimentavam um lago absolutamente essencial para a refrigeração dos reactores nucleares de Central de Zaporizhia, que devido a este atroz desenlace começou a baixar, estando já abaixo da quota normal para proceder à dita refrigeração. Como se não bastasse tudo o que está a montante deste fatídico acontecimento, ainda poderá sobrar a jusante um outro desastre de proporções incalculáveis para a Humanidade, se os reactores da central nuclear entrarem em sobreaquecimento...

Enfim, o Homem sempre foi e continua a ser, o animal mais perigoso, mais mortífero, mais letal para o seu semelhante, quando decide pôr ao serviço do colectivo toda a malignidade, todo o veneno, toda a perfídia de que alguns de nós somos feitos. 

06 junho, 2023

Escola - dia marcante

6A   6M   23D

Visto assim, desta forma desnuda e insensorial, não parece nada de especial, não parece conter em si mesma alguma mensagem que valha a pena descodificar...

Mas, e há sempre um mas, se virmos aquele conjunto de letras e números como dias, meses e anos, se virmos aquilo como o somatório de muitos quilómetros, de muita ausência, de muita lonjura da Família, de muita emoção, de um mar de sensações em que se choraram lágrimas de sofrimento, em que se verteram rosto abaixo lágrimas de saudade, em que se trabalhou árduamente, lá longe, sem um mínimo de condições no que concerne à estabilidade emocional, sem ajudas de custo por centenas de quilómetros feitos, pelo aluguer de quartos e o insuportável de ter que dividir o espaço em que se vive com alguém que desconhecemos... Sabe lá o sr. Ministro da Educação João Costa o que é a penosidade que carrega nas costas cada Professor? Pois assim mesmo, este homem teimoso, obstinado e muito cioso da "sua verdade", não acha mais que justo que os tais anos, meses e dias, sejam repostos, sejam contabilizados na carreira dos Professores. Não, ele acha que não!

Assim sendo, não passa de um muro intransponível, não é mais do que o avolumar de um problema que não tem solução à vista. Ou, sai João Costa e, com isso, talvez com um outro interlocutor, regresse a paz à nossa Escola Pública e haja possibilidade de negociar com esse novo "alguém", ou então, vamos continuar a padecer deste mal sem fim anunciado e a "penar as passas do Algarve". Até quando?

Tragégia e morte, outra vez!

Há mais uma tragédia a lamentar, tragédia de proporções ainda incalculáveis e fruto da mão humana. ou dito de outra maneira, fruto da maior bestialidade, do mais terrível e brutal desamor perante os outros, perante o nosso semelhante, o nosso igual. De que matéria, somos feitos afinal, quando somos capazes de tamanhas atrocidades?

Uma das maiores barragens da Ucrânia, nas margens do rio Dniepre, foi detonada com cargas explosivas durante a madrugada de hoje. Há dezenas de milhar de Ucranianos que têm de ser retirados das suas casas rapidamente, já que o volume de águas que jorra pela brecha aberta na barragem é avassaladora e vai ter consequências que ainda se não podem calcular neste momento.

É mais um daqueles actos bélicos, perante o qual se não hesita em qualificar como um crime de guerra que merecerá, quando chegar o tempo, castigo exemplar aos seus responsáveis.