15 julho, 2023

Taxas sobre "Artistas de Rua"?

Alguém que muito aprecio, a quem respeito por ser de uma integridade a toda a prova, disse-me há dias, duas coisas que me deixaram, para além de boquiaberto, absolutamente pasmado e aparvalhado, pois não concebo esta ganância, esta necessidade de tudo taxar, de tudo fazer pagar. O que interessa é colectar, receber, "empochar", custe o que custar, doa a quem doer.

O que me foi transmitido conta-se em duas penadas:

O poder autárquico, leia-se Câmara Municipal do Porto, encara ser viável e muito justificável passar a cobrar parqueamento de rua de valôr mais elevado a veículos denominados de "SUV", por supostamente, ocuparem mais espaço devido à sua maior volumetria. Se vier a verificar-se, Inacreditável!

A mesma entidade camarária também, ao que parece, encara como muito justificável passar a taxar os denominados "Artistas de Rua", por supostamente, lhe estarem a ocupar os passeios das ruas mais movimentadas. Aqueles, os Artistas de Rua, semeiam alegria a jorros, distribuem arte em catadupa, abrilhantam de som, luz, vibração e côr a Cidade a custo zero. Todo o seu talento, toda a sua mestria nas mais diversas áreas, fazem com que se tirem fotografias mil que a turistada há-de levar para os seus Países, assim promovendo e elevando o nome da cidade aos quatro cantos do mundo. Se vier a concretizar-se, será uma atitude de gente menor e um acto absolutamente miserabilista e Inqualificável!

Gente do Poder, haja contenção, haja juízo, pois a paciência para vos aturar tem limites!

"Professores de 2ª." já aí estão... Acordem Pais!!!

Com João Costa ao leme, é sempre a caír rumo ao abismo

João Costa vai ficar para a história, tal como ficou Maria de Lurdes Rodrigues, como um dos mais perniciosos Ministros da Educação, desde que existe Democracia no nosso País.

No ano lectivo que ora findou, 2022/23, anunciou que, a título transitório, e devido à falta de Professores, o seu Ministério iria contratar para leccionar pessoas com Licenciatura pós-Bolonha, isto é, pessoas sem estágio pedagógico e, portanto, indevidamente qualificadas para exercer tal mister.

Pois bem! O sr. Ministro, de forma algo capciosa e sinistra, aproveitando as muitas labaredas em que se consomem os mais diversos escândalos políticos, económicos e sociais que grassam na Sociedade Portuguesa, fez aprovar legislação que torna, doravante, o transitório em definitivo. É isso mesmo! Daqui para a frente, toca a baixar ao nível, toca a minimizar, toca a simplificar, toca a varrer da profissão e da carreira docente a preparação científica, a preparação pedagógica, a classificação, o mérito, a excelência, o compromisso e a vocação de todos quantos, de verdade, nasceram para ser Professores.

Agora, meus caros concidadãos é assim: Um qualquer Licenciado pós-Bolonha com 3 anos de Faculdade, que na prática se resumem a três semestres de aulas efectivas, independentemente, de ter jeito para a tecnologia, para a mecânica, para a arquitectura, para a psicologia, para a investigação laboratorial, eu sei lá, basta que se candidate a ser Professor e..., pronto, pode muito bem ser colocado em Lisboa, Alentejo e no Algarve (onde eles fazem falta) a dar Português, Matemática, Geografia, História ou, o que quer que seja. O sr. João Costa revela um gigantesco desprezo pelas melhores opções, como sejam a escolha dos mais credenciados, dos excelentes, dos científica e pedagógicamente qualificados.

As crianças deste País vão ter "Professores", mas vão tê-los não preparados, não "nascidos" para aquilo, não vocacionados, vão ter Professores que lhes debitam o que constar dos manuais escolares, sem nenhuma outra preocupação que não seja que os meninos transitem para o ano seguinte, a qualquer custo. O Saber, a passagem de Conhecimento para os vindouros vai continuar a caír a pique...

Para o ano, quando chegarmos ao final do trabalho nas Escolas, cá estaremos para constatarmos todas as asneiras, todas as atrocidades, toda a inépcia, toda a impreparação a que todos os anos, vão sujeitando as gerações futuras através deste atamancar insidioso com que se (im)prepara o futuro.

P.S.: 'link' acima leva-o a um artigo do prestigiado "Público" que lhe conta todos os pormenores