Princesa Kate e a hipocrisia

Tem estado doente. Tem estado ausente dos "grandes palcos" da representatividade de deveres da Coroa Britânica. Manteve-se afastada e em silêncio por um período de tempo, que tinha entendido, de acordo com o marido e restantes membros da Casa Real, como necessário para se recompôr e reaparecer com um mínimo de "bem estar" estampado no rosto... Não lho permitiram! Nem os jornais, nem as televisões, nem sequer os súbditos, que mais pareciam um bando de coscuvilheiras, tentando com terríveis bicadas malévolas, levá-la a vir a terreiro dizer tim-tim por tim-tim, o que se passava com ela...

Aventaram "mal-estar" entre o casal, aventaram traição conjugal quer dele, quer dela, aventaram, até, a sua morte, arranjaram a foto de uma sósia oportunista que ganha a vida fazendo aparições pelo mundo, que levam à confusão, mostraram a foto de uma aristocrata Britânica, que seria, eventualmente, concubina dele... Enfim, nós somos assim! Mauzinhos, mal-formados, bisbilhoteiros, metediços na vida dos outros... Agora, que a própria veio à cena proclamar a enfermidade de que padece, viramos todos uma data de hipócritas e desfazemo-nos em preces e votos de rápidas melhoras...

Hipocrisia e cinismo!

O rocket que caiu sobre o Hospital, em Gaza, matando cerca de 500 inocentes continua a merecer investigação profunda, célere e assertiva no sentido de criminalizar os responsáveis de tão hediondo acto. É um imperativo de consciência, é uma necessidade que não pode escamotear, de maneira nenhuma, a procura incessante de quem foi o responsável último.

Não querendo alimentar nenhuma teoria que pode escapar à verdade, não vim a este espaço para extraír ilações, fazer suposições, ou sequer, alimentar guerras de espiões... Não, vim aqui por necessidade de expressar grande revolta e uma forte consternação, face ao cinismo, à hipocrisia e à demagogia de pacotilha de que Vladimir Putin é feito. 

Então o homem, de visita à China, comentou a explosão e morte no Hospital, em Gaza como uma atrocidade, um verdadeiro horror a merecer a condenação do mundo, em geral, e a apelar a um rápido cessar fogo entre as partes beligerantes. É preciso ter descaramento, é preciso ter memória curta, ou nem sequer a ter, é preciso ser muito mesquinho, muito cinico, muito louco para fazer de conta que ele, ele mesmo, é responsável por este mesmo tipo de crimes e numa quantidade avassaladora: Quantos hospitais, quantas maternidades, quantas escolas, quanto blocos residenciais, quantos teatros? E uma estação de comboios pejada de gente, com cerca 4.000 pessoas em fuga, tudo isso, ele mandou bombardear na Ucrânia... Como é que este homem se arroga falar e criticar o outro, quando ele próprio é uma fera alucinada do mesmo jaez?...

Ucrânia martirizada

Mais uma vez! Uma e outra vez, tantas vezes, tantas, mas tantas vezes, a Rússia bombardeou com mísseis um mercado pejado de pessoas. Matou gente que na manhã daquele dia, saiu de casa para fazer umas compras para a despensa. Foi há já alguns dias atrás, mas não deixa de ribombar nas nossas cabeças, na consciência colectiva de todos e de cada um de nós, a miserável conduta de quem declarou guerra a um vizinho e bombareia-o todos os dias, não olhando a objectivos estritamente militares, mas sim, fazendo-o indiscriminadamente sobre populações civis que não deveriam sofrer na pele desta forma tão excruciante.

Esteve a decorrer por estes dias igualmente, a cimeira dos G-20 que engloba as 20 maiores economias e potências mundiais. "Discutiram" de forma tão egoísta aquilo que serve melhor os interesses de cada um deles, ostracizando em absoluto o conflito sangrento que se trava na Ucrânia. Quão hipócritas conseguimos ser quando centramos todos os nossos interesses, todas as nossas mais vis ambições, no nosso próprio umbigo, mandando para trás das costas a nossa melhor colectãnea de frustrações. Queremos lá nós saber de quem sofre, de quem morre, de quem perde num ápice, tudo aquilo pelo qual lutou uma vida inteira...

Infelizmente, somos assim! Esta cimeira teve nas suas fileiras muita gente com múltiplos interesses, pelo que entenderam todos os que por lá estiveram, não fazer ondas, nas questionar quem deviam, para não fazerem frente a alguns que poderiam mais tarde, puxar-lhes o tapete e deixá-los a falar sózinhos...

Sócrates, aquele anjo...

Um mês depois do último 'post', eis que volto à liça para me rir a bandeiras despregadas com o que por aí vai na praça pública portuguesa. Então não querem lá saber que para além do "movimento dos indignados", leia-se aflitos, desprotegidos, precários, desempregados, surgiu agora mais uma classe de indignados, esta de elevada postura sócio-económica, composta por deputados das mais variadas cores partidárias que se atiram ao Presidente da República como gato  a bofe, por este ter, finalmente,  dito tudo aquilo que a maioria de nós, portugueses anónimos mas não estúpidos, há tanto tempo sabíamos. Por amor de Deus, "minha gente", já não há mais paciência que vos ature!...

Qi(monda)!, como se previa...

455 Pessoas vão ser despedidas pela Qimonda.

Após reunião havida esta Sexta Feira entre a Administração e o Sindicato das Indústrias Eléctricas, ficou acordado o despedimento colectivo daquele número de efectivos. Se cada um deles tiver uma família de 3-4 elementos, estamos a falar "dum sofrer de consequências" que abrangerá entre 1.365 a 1.820 pessoas.

Antes das eleições, falava-se em "lay off", na procura incessante de um novo investidor, blá-blá-blá... Agora, que a poeira assentou, que já tudo pode acontecer, ser dito, vir escarrapachado na primeira página dos jornais, a máscara caiu. Agora, meus Amigos, já se pode, e deve! dizer sem quaisquer peias que o termo é: despedimento colectivo, ponto!

Inscrevam-se no IEFP e ide para casa trabalhar - na lavoura, na lida doméstica, ou quiçá, pontear umas meiinhas...Comer, só de vez em quando, por causa da obesidade!