Raríssimas

A Associação Portuguesa de Doenças Raras - RARÍSSIMAS - pela voz da sua Presidente, apareceu hoje em telejornais a dizer que há dois doentes no Hospital de S. João, no Porto, a quem foram suprimidos os tratamentos com determinados fármacos por estes serem demasiadamente caros; ao que parece, cerca de € 250.000.

Ao que chega o género humano, ao que chega o Homem, ao que chega esta sociedade portuguesa e, finalmente, ao que chegamos todos se permitirmos que coisas destas - autênticas aberrações que atentam contra a dignidade humana -, ganhem forma, se corporizem, aconteçam fisicamente e, dessa forma, condenem à morte de forma antecipada, alguns de nós, dos "nossos", que tiveram a desgraça de contrair uma doença.

Depois, qual moralista de pacotilha, não venham condenar a eutanásia, a pena de morte e tantas outras falsas questões, quando esta acaba de nos rebentar na cara!

Insónia

Sou assim deste jeito, quase sem jeito

Digo coisas sem nexo, vai tudo a eito.

E se alguém reclama minha falta de tacto,

Se ela aponta a ruga no meu fato.

Olho-a de soslaio, com cara crispada,

Miro-a do alto, fica ensimesmada,

E, que bem ela guarda a raiva no peito.

Quantas vezes equaciono a minha equação

Quantas me pula no peito o coração.

Fico sôfrego, 'aspirando o horizonte',

Embasbacado, ali, no meio da ponte.

Salto a corda que se enleia à minha volta,

Liberto a minha mente, deixo-a à solta,

Pulo, salto, fico ali, quieto, inerte no chão.

Para onde vou, quem me desamou?

O que faço aqui, quem me tramou.

Espero a 'paga', e não sei quem paga,

vou-me embora, já não quero nada.

Promessas, tretas, falácias sem fim,

Espremeram tudo o que havia em mim,

Até me levaram, a noção de quem sou.

Palmadinha nas costas, adeus e até breve,

Pé ante pé, escapuli-me ao de leve.

Fui-me embora, acho que nada perdi,

Pediu para ficar, mas fui-me dali,

Sabia-me mal a boca, um gosto estranho,

Todo eu, precisava de um banho,

À minha volta, nada mais..., que flocos de neve.

CARLOS MENEZES.

O sonho dele em Murça

O "nosso primeiro" esteve hoje em Trás-os-Montes. Foi lançar a 1ª. pedra para a construção da barragem no vale do Tua. De raspão foi inaugurar uma escola, a escola com que sempre sonhou. Segundo as suas palavras, uma escola tecnologicamente evoluída, equipada com computadores e Internet de banda extra larga (fibra óptica). Eh pá, então este paladino que "cavalga" o sonho, o imaginário, a fantasia, a falácia, a patranha, a treta, o palavrório demagógico de vender gato por lebre, tudo o que sonhou em termos de escola cinge-se a isto? Então e os professores, as auxiliares de educação, os psicólogos, os professores de ensino especial, as técnicas de psicoterapia, as terapeutas da fala, da disfunção motriz, do autismo...

Valha-nos Deus!, com tanta falta de meios - humanos - nas nossas escolas, o homem não enxerga para além duma tela de computador?

FMI - venha ele!

Belmiro de Azevedo, o patrão da Sonae disse em conferência de imprensa, entre outras coisas, mais ou menos isto:

"... POIS QUE VENHA O 'F M I', TALVEZ COM A SUA CHEGADA ACABE A ESTUPIDEZ E A IGNORÂNCIA..."

A quem se estaria a referir?...

Dão-se alvíssaras a quem acerte!

"Luzes negras" no horizonte

O Governo aqui há tempos atrás incentivava o aumento de natalidade de forma entusiasta. Há Municípios do interior que premeiam os casais por terem filhos. O importante é isso: ter filhos! Para aumentar a densidade populacional prometeram-se aumentos de abono, de subsídios de maternidade, até mesmo, subsídios de gravidez, a partir do terceiro mês da gestação.

Agora, que não há dinheiro nem para comprar bens essenciais (corta-se nos medicamentos, nas ambulâncias para levar idosos a tratamentos, nos efectivos para tratar a saúde e também, naqueles outros que promovem a educação) cortaram-se abonos, e os tais subsídios de incentivo ao nascimento de crianças... Até aqui, é tudo entendível, embora se não percebam muitos dos cortes!

O pior de tudo é a outra face da moeda, o outro lado, o lado escuro da Lua; ao abrigo do tal encorajamento, nasceram crianças que estão a chegar às escolinhas com 5, 6, 7 anitos, e alguns deles, são o espelho triste e preocupante das famílias que os geraram. Tão tenros na idade e já tão agressivos, tão violentos, quer nas atitudes, quer no linguajar. São crianças carentes, mal tratadas, violentadas pelos progenitores quer com gritos, quer com estaladas, vindas do álcool, da droga, da prostituição, do desentendimento mais elementar entre pai e mãe. E o estado, o poder, o sistema incentivaram tudo isto e com tal procedimento, crianças "disfuncionais" vão acabar em adultos que encherão as páginas de jornais e as celas das cadeias. Que pena... Depois arranjam-se psicólogas para dar apoio às famílias enlutadas. Que pena!...

A Morte com azar

A Morte é a fronteira mais ténue que existe com a Vida. Tão perto, tão chegadas, tão abraçadas uma na outra que, por vezes, quase a confundimos.

A morte pede velório, pede flores de homenagem, pede "gato pingado" e carro fúnebre, pede lágrimas, gera saudade imediata. A morte pede oração - para quem crê! -, a morte é perda, vazio, ausência, a morte é um prenuncio de má sorte... prolongada, extenuada, continuada...

A desdita da morte, utópicamente, até pode trazer alívio!..., no entanto, torna-se ainda mais crua, mais 'tramada' de encarar se, depois de acontecer, demorar cerca de 9 anos a ser do conhecimento da família, dos amigos...E, já agora: que fizeram as autoridades?

C.Municipal de Gondomar, parabéns!

Há alguns dias atrás fiz aqui menção, de um rasgão no alcatrão, abrangendo as duas faixas de rodagem, na Avenida D. João I, em Soutelo de Baixo, na cidade de Rio Tinto.

Tal rasgão esteve coberto com terra e, mais tarde algo parecido com brita, durante três semanas, provocando danos nos veículos e uma insuportável perda de qualidade de vida para os locatários das redondezas, pelo ar irrespirável devido aos milhões de partículas de poeira sempre em rodopio.

Afinal, a responsabilidade cabia mais concretamente aos SMAS (Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento) agora denominados AdG (Águas de Gondomar) que, obviamente, se encontram sob a alçada da Edilidade.

Os vários telefonemas, as reclamações escritas de muita gente afectada, para a Câmara e para a Junta de Freguesia, de Rio Tinto, produziram o seu efeito. O alcatroamento do malvado rasgo está feito, terminando assim com o suplício de muita gente.

Realce-se pois,  a prontidão com que as forças de poder instaladas ouviram a população. Parabéns!

Egipto mais feliz

Mubarak, ex.presidente que esteve no cargo cerca de 30 anos, apresentou a demissão "empurrado" pelas altas patentes do exército, de que ele, aliás, fazia parte.

Com isso, o povo egípcio entrou em euforia festejando aquilo que se espera seja uma transição para eleições livres e democráticas. Aguardemos!...

GALP usurpadora

Foram anunciados hoje e o País pasmou!

Por comparação com o ano anterior a petrolífera portuguesa apresentou lucros de mais 43%!

O País está de tanga, pedimos dinheiro ao estrangeiro à média de uma vez por quinzena e, cada vez mais, estamos a hipotecar o "hoje" de todos nós e o "amanhã" das gerações que hão-de vir.  O desemprego não pára de crescer, de galopar a toda 'a brida', a fome invade de forma insidiosa muitos lares portugueses, a penúria de bens essenciais vitais à saúde e à vida já não chegam aos nossos idosos... Por quanto mais teremos ainda que passar?

Enquanto isto a GALP apresenta lucros insultuosos perante este cenário de caos económico-financeiro. Permita-se uma pergunta daquelas muito estúpidas: "e que tal baixar o preço dos combustíveis e com isso, melhorar a vida de todos os portugueses, que tal?" 

É bom ter empresas portuguesas que ganhem dinheiro, que apresentem lucros, que gerem riqueza, precisamos de muitas!...

Dispensam-se aquelas que usurpam, que em vez de ganharem dinheiro, nos empobrecem a todos pela forma descarada como "nos chupam até ao tutano"...

Liedson, a minha homenagem!

L de Liedson!
L de Lágrimas!
L de Leão!

Franzino, esguio, ágil, lutador até ao fim, jamais virou a cara a uma jogada que a todos parecia perdida - e quantas ganhou! -, foi-se embora. Jogou ontem a última partida e marcou dois golos, salvando uma vez mais, o Sporting de uma derrota anunciada.

Foi de abalada, de regresso ao seu Brasil com lágrimas nos olhos. Nos seus e nos de muitas centenas de adeptos que não as contiveram e viram partir um dos elementos basilares da equipa dos últimos anos. Que pena que o não tenham mantido nas fileiras. Que pena que ele não acabe a carreira na equipa que tão bem serviu. Que pena lhe não tenham feito uma festa de homenagem como ele merecia. Que pena, que pena...

Egípcios combativos

Admiro o Povo Egípcio. Aprendi a admira-los depois das imagens que nos chegam todos os dias e que já duram desde há doze dias. Estão acampados, vivem na Praça Tahrir, nela sofreram já a dor física, a dor psicológica, já foram apedrejados, já ali morreram alguns... Ali são suturados, ali são tratados sem anestesia, ali morrem..., mas não arredam pé. "Lutam" até à exaustão, até ao limite das suas forças. São duros de roer, são combativos, são um povo orgulhoso do seu passado e dos seus tesouros arqueológico e histórico que deram novos mundos ao mundo...

Desejo sinceramente que não desfaleçam e levem a sua "luta" a bom porto. Assim fizessem outros, assim lutassem outros, também eles com grande passado histórico, mas infelizmente, com um presente feito de passividade e sem qualquer futuro. Lamentavelmente!...

De Branco a Preto, num flash

Os Egípcios vivem por estes tempos, tempos conturbados. Tempos de revolta, de fúria contida ao longo de décadas, de muito "baixar a cerviz" à voz dos Senhores, dos Todo Poderosos, daquela meia dúzia de gajos que por lá, como por cá, mandam nos restantes e  lhe chupam o sangue até ao tutano. Compreendo-os, entendo as suas frustrações e aqueles gritos para câmaras de televisão estrangeira, como para dizer, para gritar bem alto: "finalmente, não temos medo, já não temos mais medo!".

Vi isto anteontem. E vi-os alinhados a rezar como um Todo, como um Povo, como uma Nação.

Ontem, apareceram novos actores. Os pró-Mubarak que arremeteram com tudo o que puderam contra todos os outros. E, o caos está iinstalado, o clima de guerra civil está presente em todas as imagens que nos chegam em que ninguém percebe quem agride quem. Há cocktails molotov a caírem em cima de uma multidão, onde há mulheres - muitas - e crianças.

Assim, desligo-me, desinteresso-me, deixo para os Historiadores a tarefa de contarem o que foi e como foi. Para mim, este é o estado mais puro da animalidade humana de que somos feitos, a roçar a bestialidade...

Câmara Municipal de Gondomar, já chega!

Sou munícipe, habitante efectivo, pagante de impostos e também, cidadão eleitor no concelho de Gondomar. Infelizmente, e digo tal, porque não deveria ser necessário, partindo do pressuposto, de que existe na edilidade alguém com responsabilidade para estar atento a estas anomalias, o que é facto é que o erro, a anormalidade, este "brinca, brincando" ao "faz de conta que não vi", grassa em artérias de movimento intenso por largos períodos de tempo.

Refiro-me concretamente, a duas situações que bem conheço por fazerem parte do meu trajecto para casa, Eis a sua localização:

Na Baixa da Ponte, antes de começar a subir para os semáforos de S.Caetano, existe um buraco no alcatrão, há pelo menos 2 meses. Já muitos lá caíram, mas ainda "ninguém", com responsabildades na Junta de Freguesia de Rio Tinto, ou na Câmara de Gondomar, o viu;

Na Avenida D. João I, frente à bifurcação, à esquerda, para as escolas, abriram há cerca de 2 semanas uma cratera imensa que rasgou o piso da avenida de lado a lado. Esse rasgo tem cerca de 1 metro de largura e vai de uma faixa de rodagem à outra. Taparam com terra, Já voltaram a tapar, agora com uma espécie de gravilha. O que é facto, é a "pancada forte" nas suspensões dos carros e dos transportes públicos que, diariamente, ali passam às centenas, mais a poeirada levantada pelo movimento rodoviário, que a toda a hora invade as casas, contaminando tudo em redor, desde os interiores, a roupas nos estendais, a carros parados nas cercanias, tudo fica coberto por um manto de poeira/terra que se acumula de uma forma insuportável.

Pergunta-se: estão à espera que chova umas semanas a fio para tapar o buracão e alcatroar o rasgo?

Vá lá, começamos a estar cansados de tanta miopía junta!...

Gasóleo, upa, upa!

Olha, não querem lá ver..., então o gasóleo subiu outra vez! 2 cêntimos para cima, mais para cima...

Até aqui foram subindo, subindo sempre, com o preço do barril estagnado. Neste momento, em que se vivem dias de convulsão social no Egipto, há o risco real de o Canal de Suez ser encerrado. Se tal vier a acontecer - um milhão de barris passa por ele todos os dias -, vai originar novos aumentos, vai servir para continuar a encher os bolsos a "meia dúzia" de verdadeiros oportunistas para quem tudo vale para fazer fortuna.