Sou assim deste jeito, quase sem jeito
Digo coisas sem nexo, vai tudo a eito.
E se alguém reclama minha falta de tacto,
Se ela aponta a ruga no meu fato.
Olho-a de soslaio, com cara crispada,
Miro-a do alto, fica ensimesmada,
E, que bem ela guarda a raiva no peito.
Quantas vezes equaciono a minha equação
Quantas me pula no peito o coração.
Fico sôfrego, 'aspirando o horizonte',
Embasbacado, ali, no meio da ponte.
Salto a corda que se enleia à minha volta,
Liberto a minha mente, deixo-a à solta,
Pulo, salto, fico ali, quieto, inerte no chão.
Para onde vou, quem me desamou?
O que faço aqui, quem me tramou.
Espero a 'paga', e não sei quem paga,
vou-me embora, já não quero nada.
Promessas, tretas, falácias sem fim,
Espremeram tudo o que havia em mim,
Até me levaram, a noção de quem sou.
Palmadinha nas costas, adeus e até breve,
Pé ante pé, escapuli-me ao de leve.
Fui-me embora, acho que nada perdi,
Pediu para ficar, mas fui-me dali,
Sabia-me mal a boca, um gosto estranho,
Todo eu, precisava de um banho,
À minha volta, nada mais..., que flocos de neve.
CARLOS MENEZES.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Vá lá, escrevinhe à vontade!