25 novembro, 2009

Conversatas e sucatices

O senhor da REN, o José Penedos, foi constituído arguido sendo-lhe aplicada a medida de coação que o suspende de funções na presidência do Grupo e lhe aplica uma caução de € 40.000 para ficar em liberdade.

Até aqui, tudo bem. A investigação continua e dará muitos passos mais, rumo ao apuramento integral de todas as responsabilidades passíveis de merecer, ou não, sentenças condenatórias.

Só se me revolteiam as vísceras pelo facto de este montante representar quase 90 ordenados mínimos - quando há tantos portugueses que nem isso recebem pelo seu trabalho, e muitos mais estão no desemprego - e o cavalheiro e o seu advogado, encaram verbas deste jaez, sem um mínimo piscar de olhos. Realmente, não há nada de novo na afirmação seguinte: Isto está muito mal distribuído!...

À estalada, infelizmente!...

Assinala-se hoje o dia contra a violência doméstica!

As televisões, os jornais, as rádios, toda a gente fala hoje neste tema que é punjente, é preocupante e... é dos tempos. De todos os tempos, infelizmente!

A noção de propriedade, de ser dono deste ou daquele bem, deste ou daquele "objecto" ou algo a que se atribua um alto valor, dá (?) ao suposto dono, uma noção de posse, uma atitude tão autoritária que fica assim urdida, naquela cabeça em permanente convulsão, toda uma vasta teia de castigos verbais e corporais que atingem, maioritáriamente, as mulheres.

Bater numa mulher não é coisa de que qualquer homem possa orgulhar-se, mas infeliz e lamentavelmente, acontece com mais frequência do que imaginamos. O contrário também acontece, mas o número destes acontecimentos não tem qualquer expressão. O brutal, é bater de forma tão selvática que, premeditadamente ou não, causa a morte, o desaparecimento da agredida, o seu assassinato puro e simples.

Há que acabar com este estado de coisas. Há que criminalizar estes comportamentos e, quando provados, encarcerar os criminosos. Há que fazê-lo! Mas, alguém acredita que se erradicará este drama? Desenganemo-nos, volta e meia teríamos que ver presos alguns dos mais altos cargos da sociedade e, tal não convém mesmo nada, ao "sistema"...