Dia Mundial dos Pobres

É hoje, que se celebra o Dia Mundial dos Pobres.

É mentira, é um embuste miserável, é uma treta que brinca com a vida, com a fome, com o tecto, com o agasalho, com a prestação de cuidados médicos, com o acompanhamento dos mais frágeis, dos mais vulneráveis.

Temos mais, muito mais de 100.000 vidas que vivem na rua, cujo tecto é o Céu, ora estrelado, ora tormentoso carregado de chuva e de frio, sem comida, sem medicamentos, sem nada... Restam-lhes meia dúzia de heróis, os gloriosos voluntários de algumas instituíções de solidariedade social, que fazem o que podem (e fazem muito) para minorar o sofrimento de toda essa massa humana...

Dia mundial dos Pobres, deve ser todos os dias da nossa vida. Sejamos solidários. Ajudemos, na medida das nossas posses, todos aqueles que precisam de ajuda. Quando cerca de 20% da nossa população vive no limiar de pobreza, tenhamos noção da diferença que podemos fazer, se todos os que podem ajudar, o fizerem efectivamente. Ajudemo-nos uns aos outros é o apelo que aqui vos deixo!

Uma estalada, uma morte

Um segurança de 23 anos, corpulento e de biceps trabalhados no ginásio, deu uma estalada num Sem Abrigo com cerca de 70 anos e MATOU-O!

O caso, triste e aberrante chegou à barra do Tribunal e a sentença proferida é, no mínimo, revoltante e surreal: "10 meses de prisão com pena suspensa e mil euros de indemnização à Família".

Como atenuantes para esta pena (?!) testemunhas abonatórias lá do bairro do acéfalo e a justificação do arguido afirmando ignorar em absoluto, que uma simples bofetada seria capaz de matar alguém.

Esqueceram-se de reflectir sobre a condição física, psíquica e de vida real que aquele ser despojado de tudo, de saúde, de um tecto, de protecção social, médica e medicamentosa e com um corpo cheio de fome - tanta fome! -, esqueceram-se de alvitrar, que uma colossal chapada dada por um homem no apogeu da vida a um ser naquela condição, poderia, como foi, ser fatal... E, vai daí, uma vida de dôr e sofrimento, mesclada de tanto vazio, não vale sequer uma pena de cadeia e não passa de uns ridículos mil euros na balança da Justiça... Que desgraça  a deste País que está a perder o Norte a tanta e tanta coisa.