01 dezembro, 2011

Um cão chamado Leão

Tem sido ao longo dos últimos treze anos, simpático, ternurento, gentil, amigo verdadeiro, sempre pronto para festejar a minha chegada, atento aos meus ares de bem, ou mal disposto, sabendo actuar de acordo com o meu modo de estar. Inteligente, arguto, bom entendedor dos mais ínfimos gestos, olhares, ou pequenas frases, é capaz de "fazer a leitura" perfeita da minha postura em casa, sabendo quando tem direito à bolacha diária, ou quando é chegado o exacto momento, de preparar e aquecer no micro-ondas a sua refeição.

Nos dias de sol ou chuva, de vento ou trovoada, sempre ali está, perto de nós olhando-nos, "falando com os olhos", meneando a cabeça para a porta ou para o ninho como que a dizer-nos em linguagem gestual, "preciso sair", ou "arranja-me a manta para dormir". Pois, este Amigão de verdade está a passar menos bem, quiçá, fruto dos anos acumulados que agora começam a pesar. Está doente. Começa a revelar algumas descoordenações na mastigação, alguma dificuldade em se suster, algumas complicações respiratórias...

Tenho um sentimento de impotência por saber que, infelizmente, pouco se pode fazer. Estás vivo Leão (e assim vais continuar) e, enquanto assim for, há que te mimar, que te fazer uma festa, que te amaciar a pelagem, como que a dizer-te: "por todas as lambedelas, pelos saltos de alegria, pelos latidos amistosos, obrigado companheiro!"

Sida - Dia Mundial

Continua a morrer-se em Portugal de Sida. Fez-se tão pouco!

Para comemorar o Dia Mundial do VIH/Sida, fez-se na manhã de hoje um cordão humano, na Praça do Rossio, em Lisboa. Lamentavelmente e a despeito de terem sido convidados jovens de várias escolas, de várias universidades, de diversos quadrantes, não apareceram mais de uma vintena de participantes. Margarida Martins, a Presidente da "Abraço" pensa, e nós estamos de acordo, que pouco se tem feito no país nos últimos tempos. Pouco na prevenção, pouco na informação e menos ainda, no caminho da erradicação. Até quando, por falta de educação, de sensibilização dos mais jovens, vamos continuar a assistir a esta verdadeira tragédia?