23 março, 2015

Seremos burros?

Houve eleições em França e Nicolas Sarkozy aparece, qual redentor, renascido das cinzas.

Após escândalos e mais escândalos de vários níveis, o homem que tinha levado um pontapé no traseiro e tinha saído do poder com o rabinho entre as pernas, reaparece garboso, cheio de lábia - vá lá saber-se de que massa somos feitos? -, a debitar umas coisas em cima de um púlpito e com a malta, a multidão, o povo, a populaça e os meios de comunicação, atentos que nem cordeiros prontos para o sacrifício, escutando ávidamente o que o 'grand-maitre' tem para dizer.

É espantoso. A nossa capacidade de sacrifício, de sofrimento, de auto-flagelação é por demais evidente, para que possamos alegar que estávamos distraídos. Será que enquanto multidão nos assemelhamos a uma manada de bisontes que, quando um dispara numa direcção, leva todos os outros milhares no seu encalço em louca correria? Será que não aprendemos nunca? Dão-nos porrada, tratam-nos mal, insultam a nossa inteligência e voltamos sempre a votar nos mesmos, naqueles que já vimos e que já nos deram mostras evidentes de não serem capazes para conduzir os nossos destinos. Será que somos masoquistas, ou simplesmente, estúpidos?


E Salgado após instado, disse Nada!

Voltamos a ouvir o sr. Ricardo Salgado na sua habitual verborreia, na Comissão de Inquérito levada a cabo pelos deputados da Assembleia da República.

Mais do mesmo, dose a dobrar daquilo que já tinha dito há cerca de 4 meses atrás, quando ao País disse nada e, agora, repete esse mesmo nada!

Embrulha-se propositadamente, enrola-se e enrola-nos a todos com aquele falar dengoso, arrastado, dissimulado. Nem a intervenção do Presidente da Comissão a pedir-lhe respostas directas e assertivas às questões que lhe iam sendo colocadas, o fez mudar um milímetro que fôsse, à postura de grande senhor, de dono da verdade única. Nem desculpas tinha para apresentar. Parafraseando Pessoa "pedir desculpa é pior do que não ter razão", e ao que parece, ele acha que, por em tempos, ter sido o dono disto tudo, agora será o dono da razão absoluta. 

Estranho, mas mesmo muito estranho, é que passados todos estes meses desde que foi forçado a abandonar o comando supremo do universo BES, este cavalheiro e alguns outros quer da Família, quer da esfera de influência dele, continuem na mais absoluta liberdade, continuem no pleno gozo da vida com os bolsos cheios do dinheiro que a tantos de nós surripiaram. Ninguém está preso? Ninguém foi declarado sequer, arguido nesta bomba económica que nos deflagraram nas mãos? É estranho, deveras...