24 fevereiro, 2008

Escola, para que te quero?...

"Não há violência nas Escolas!, o que existe é um ou outro caso que podemos considerar meramente pontual" - isto já foi afirmado várias vezes pela sra. Ministra da Educação deste País.
A este propósito, passo a citar uma longa e significativa passagem da escritora Alice Vieira publicada no Jornal de Notícias, de 9 de Dezembro de 2007:

"Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados...) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si...), isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora lhe perguntou porque tinha chegado tarde...

Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada". Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer dia - querem lá ver? - até fumam...

Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios incompreendidos. Cada vez os Pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos filmes, etc.) não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", se faz favor", são-lhes mais estranhas que um discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.

Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério. E então, em estilo filme americano. Com tiros, naifadas e o mais que houver"

Todas as semanas, infelizmente, somos brindados com notícias de colegas que atacam outro(a) algo mais frágil. No mesmo diário (JN - 6/2 - Secção do Leitor) numa escola de Pedrouços/Maia, alguns alunos regaram com substância inflamável a cabeça dum colega e atearam-lhe o fogo, tendo-se vivido momentos de terror. A criança em causa precisou de socorro médico de emergência (INEM) e teve que ser conduzida à urgência do Hospital de S. João. Um outro caso, mais recente 4-5 dias atrás, em escola da Guarda, mais um grupo de alunos ataca um(a) colega através da malfadada prática do "bulying".

Estas são as notícias que vêm a lume, as que se sabem, mas, e as outras?, as que ficam dentro dos muros do recreio e das paredes da sala de aula todos os dias? Todas as rixas descontroladas, todos os gritos a plenos pulmões, todos os pontapés que acertam no colega destinatário e nas infelizes funcionárias ou professoras que, assustadas com tamanhos ataques de fúria, hesitam em apartar mas, às quais, em primeira instância, lhes não resta outra alternativa. E... depois sobra! No meio de tais refregas que só palavras não chegam para descrever, sobra, um pontapé e um hematoma, sobra, uma ferradela cujos efeitos perduram alguns dias, sobra, uma torção num pulso ou braço e a consequente luxação, ou, eventualmente até, uma ruptura ligamentar... É! depois sobra na Escola, em termos de consequência, aquilo que falhou em casa no que deveria ser a génese de tudo: a Educação, a formação, o acompanhamento, o diálogo...e a ternura, o mimo, a carícia, o afago e o Sim mas, e também, porque necessário... o NÃO!

A função primeira da Escola é a de transmitir conhecimento, preparar técnica e eficazmente as crianças para enfrentar os desafios do porvir, altamente competitivos e, só depois, mas mesmo só depois, ser também ela, factor complementar da educação e da cultura cívica dos indivíduos. Não podemos exigir da Escola mais do que isto. Educar, criar, acompanhar, falar, saber dizer sim e, de igual forma, saber dizer não, são responsabilidade exclusiva da Família - Pais e Avós. Mal irá um País que entrega os seus filhos para que outros os criem e eduquem, e pior ainda irá quem nos governa, se continuar a enveredar por uma política em que parece incentivar a desresponsabilização dos Pais e a responsabilizar uma classe de profissionais (Professores e Auxiliares de Acção Educativa).

Infelizmente, sabemos que os valores da Família passam por tempos difíceis.

Famílias desestruturadas, o desemprego, o rendimento mínimo de inserção social, o álcool, a droga, a prostituição, os maus tratos, a violência doméstica, um ou vários destes factores conjugados, podem fazer advir como soe dizer-se, ventos de desgraça. Obviamente, que uma criança oriunda de uma Família destas não pode (ou não devia!) ser vista pela sra. Ministra como uma criança vulgar, igual às outras (só que infelizmente, estas crianças não são a excepção, começam a ser a regra). Precisa de cuidados e acompanhamento especiais. Antes das aulas de Português, de contar os números e de aprender Inglês como quer o sr. Primeiro Ministro, precisa de acompanhamento de um Psicólogo. Mas, e meter isto naquela cabeça tão, tão, tão inteligente da sra. Ministra???

Realmente, é uma lástima que a sra. Ministra, do interior e no conforto do seu gabinete, pense que a Educação das nossas crianças vai por bom caminho; não vai, não! Há que, urgentemente, responsabilizar a Família, chamar os Pais à realidade e torná-los cientes que os filhos são uma criação sua, cujo acompanhamento e atitudes lhes cabe por inteiro, e não fazê-los crer como até aqui, que a Escola é um mero "depósito" onde se deixam os nossos meninos pela manhã e se passa à noite para os "levantar", educadinhos, limpinhos e prontos para a manhã seguinte. Não, isto não é verdade! Como era bom que a sra. Ministra, sem batedores policiais, sem "tironis", sem câmaras televisivas, como um vulgar mortal, em carro descaracterizado, parasse o seu "pópó", e entrasse por uma escola adentro de um dos muitos Bairros da cidade do Porto. Vá lá sra. Ministra, atreva-se a ver o que é uma sala de aula (de Primária!, por exemplo) e como frui a Educação neste País!!!

15 fevereiro, 2008

Cães Perigosos em casa...

Com horror ouvimos a notícia de uma bebé de 20 meses barbaramente atacada no jardim de sua casa por um rottweiler, supostamente, cão da família.
Já há algum tempo aqui tinhamos falado desta problemática, alertando então, para o perigo de cães desta raça e não só, pitbulls, lobos de alsácia, etc., serem passeados nas tardes solarengas em locais de grande aglomeração de pessoas, pelos seus donos de forma vaidosamente orgulhosa mas altamente irresponsável, sem que a polícia interfira no sentido de salvaguardar a vida de todos aqueles que tudo o que querem é apanhar um pouco de Sol e descontraír e não, ser atacados selváticamente por um desses "cachorrinhos" se, de repente, lhes passar algo pela cabeça.
Agora, e para desgraça desta criança, o infortúnio entrou pela porta dentro, sabe-se lá ainda com que consequências, uma vez que o seu estado é grave. A pergunta que fica é a seguinte, uma vez que a notícia de hoje no "JN" não esclarece: Este cão, um rottweiler é pertença da família da criança? Será possível???
Se a resposta fôr afirmativa:
1 - Que Deus lhes perdoe!
2 - Por tamanho descuido na salvaguarda da vida e do bem estar da filha, que a Justiça actue
sobre os pais ou quem detenha o poder paternal!

07 fevereiro, 2008

Câmaras Municipais e desperdício, que lástima!

Já não posso mais!
Ando a prometer a mim mesmo que um dia destes ligo ou escrevo a alguém!
Estou cansado de tanta campanha sensibilizadora onde nos ensinam, e bem! a poupar energia e ver depois, como os responsáveis pelos destinos de algumas das nossas Câmaras não ligam patavina para as ditas campanhas e esbanjam à tripa forra aquilo que não é deles, não é de nenhum e de cada um de nós e, simultâneamente, é de todos!
Passei hoje à tarde, 5ª.Feira, 7 de Fevereiro no IC29 no sentido Gondomar/Mercado Abastecedor. Reparei às 5 horas da tarde - ainda o Sol estava bem alto -, que até à saída para a Circunvalação, havia dezenas e dezenas de candeeiros de iluminação pública acesos. De igual forma, reparei que nas vias circundantes ao referido IC onde exista este tipo de candeeiros de alta envergadura e iluminância, todos se encontravam acesos.
O que me pergunto é, desde que horas estaria toda esta iluminação ligada; Será que, foi-se a noite, nasceu o dia, e alguém se esqueceu de desligar as luzes? É só uma inocente pergunta!
Agora, o que já é uma afirmação e categórica é que tenho testemunhado nos Municipios do Porto, Gondomar e da Maia às horas mais impensáveis, por exemplo, 11 da manhã, 3 da tarde e o caso de hoje que, realmente, são maus de mais para que não digamos a quem de direito: Chega, meus Senhores, seja lá a quem manda nesse sector, ponham cobro duma vez por todas a tanto desmazelo, tanto desleixo, é que sabem?, há "coisas" que alguns adultos fazem que não sabemos explicar aos nossos filhos...

04 fevereiro, 2008

"O homem matou aquilo"

O Sr. Director Nacional da PJ veio dizer que houve alguma precipitação em catalogar como arguidos os pais da infortunada Maddie. Meu Deus, em que País é que estamos?! Depois do que todos temos presenciado, e de pelo menos, uma manifesta negligência na guarda dos seus filhos por parte daqueles pais, depois de a nossa PJ já se ter deslocado ao Reino Unido para conferenciar com os seus homólogos britânicos e ouvirem Kate e Gerry no 'seu território', depois de também ouvirmos que se preparava nova deslocação e nova tomada de posição, eis que este senhor que comanda os destinos da PJ, naquela voz fraca, titubeante e amedrontada (lembram-se da entrevista no Prós & Contras?) larga uma destas!
Razão tem o Professor Marcelo Rebelo de Sousa quando diz, mais ou menos que, com tal afirmação, "matou toda a investigação que vinha sendo feita pela PJ".
Estou consigo Professor!!!

O sangue que havia para fazer,...está feito!

Sob o título em epígrafe, creio que fica quase tudo dito no que se refere ao ex. Ministro da Saúde Correia de Campos! Pessoa muito preparada e sabedora sobre tudo o que à saude diz respeito, foram palavras do próprio, e em abono da verdade, parece que assim será, mas o que é facto é que em pouco mais de dois anos de exercício de funções, "pintou a bernarda" no que ao "S N S" concerne, fechando urgências hospitalares, centros de saúde, 'SAP's, maternidades e incentivando a criação de hospitais privados, mas que, infelizmente, jamais estarão ao alcance de todos os Portugueses. Foi-se embora ou mostraram-lhe a porta de saída, não interessa, para o caso é indiferente! O importante é que se foi e com a sua saída, esperamos todos ficar melhor de saúde! Tanto disparate, tanta asneira, tanto óbito mal explicado, tanta 'Vmer' a 100 Kms. ou a 2 horas, tanto faz, tanta maca em corredor de urgência (e gente que nelas morre porque ninguém os viu!) Sou dos que acredita que entrou "p'ra botar figura" e como tal, tinha que mostrar obra. Muito bem, deixou obra, pelos piores motivos, é certo!, mas a obra está aí, com feridas que vão durar muito tempo para sarar.