25 setembro, 2021

Lazer e Dever - dois mundos...

Estamos num momento de grande preocupação e de muita reflexão. Preocupação, pois as medidas de desconfinamento, na sua última fase, poderão conduzir-nos a um relaxamento precoce dos cuidados que devemos continuar a observar. Reflexão, pois após a audição do discurso do nosso Primeiro Ministro, não nos resta muito espaço de manobra para digerirmos os medos, as ansiedades, enfim, vivermos um pouco mais assustados com o vizinho do lado, na nossa casa, no autocarro, no metropolitano, no hospital, na escola...

Ainda, com a máscara e a obrigatoriedade do seu uso em espaço fechado, como pano de fundo, há que fazer a destrinça entre o deveras essencial e o manifestamente supérfluo:

Quem vai a um restaurante celebrar o que quer que seja com um grupo de amigos, que neste momento, tanto podem ser 2 como 20 ou 30, pode fazê-lo à vontade, sem máscara, sem apresentação de certificado digital. Como se diz corriqueiramente, pode ir à vontade e à vontadinha. Até aqui tudo bem. Isto é LAZER! Só vai quem quer e só lá está quem quer estar!

Outra coisa bem diferente, é um Hospital, é uma Escola, por exemplo. Se viesse a determinar-se que o uso de máscara nestes dois últimos locais, para só citar alguns, passaria a ser "recomendável", isto passaria a ser absolutamente condenável, criminoso até, pois nestes locais não se está a Lazer. Não! Ali está a cumprir-se UM DEVER! Escusado será dizer, que os milhares de pessoas desde profissionais de saúde, até aos profissionais do Ensino, repito, para só citar alguns, não são comparáveis a todos os despreocupados que vão jantar com os amigos, beber uns copos a seguir, ou vão estar presentes num cerimonial de casamento, ou qualquer outro evento similar.

Portanto, não confundamos Lazer com Dever, por favor!...



Escola vs Costa = NIM

António Costa, Primeiro Ministro cá do burgo, veio anunciar as medidas(?) de desconfinamento, daquilo a que ele chamou de fase 3.

Por entre muitos considerandos e deliberações, algumas afirmações bem controversas, bem à medida da sua chancela pessoal.

O que ficou no tinteiro, e é grave, pois pode induzir tomadas de posição que não se desejam para esta altura, foi a temática Escola. Aqui o nosso homem, aliás, como é seu timbre, ziguezagueou, tentou passar por entre os pingos da chuva, tartamudeou algumas incrongruências e, quiçá, deixou os Portugueses, e em particular, os Pais dos nossos jovens, à beira de um ataque de nervos, pela falta de informação clara e precisa, pela ausência do mais elementar bom senso, no que toca ao uso da máscara em ambiente escolar.

Estamos no Outono, vem aí o Inverno, época de chuvas, de ventos, de frio, de infecções várias do trato respiratório. Pois, com um cenário destes já na antecâmara, a máscara vai deixar de ser obrigatória no recreio das Escolas. Mais adiantou que a DGS se pronunciará a breve trecho sobre esta área tão sensível, do combate à pandemia. Ou seja: toca a empurrar com a barriga para a frente!...

É mau, muito mau, que com o que temos pela frente, em termos climatéricos, o senhor Primeiro Ministro não tenha garantido sem nenhuma tibieza que, se queremos que a economia recupere, se queremos que o País não páre, se queremos que os Pais dos meninos possam estar no activo a produzir para o bem comum, então, na Escola há que ter tolerância ZERO, não se pode baixar a guarda sob pena de deitarmos tudo a perder. Mas não. O senhor que chefia o nosso Governo, não foi, nem é capaz de assumir preto no branco, o que devia ser assumido.

É doloroso imaginar que vamos, eventualmente, voltar a repetir cenários, que jamais quereríamos voltar a ver!...