03 setembro, 2009

Funeral e... óculos de sol

Funeral - Hoje, tive que 'viver' mais um 'daqueles momentos' que a todos tocam, para "mal dos nossos pecados". Um funeral. Um adeus. Uma despedida. O cumprimento solene e respeitoso, com vénia, da Morte.
Não me era 'chegado', não me era próximo. Isto é, não era da minha família, o que equivale a dizer: respeito para com o ido, respeito e consideração pelos que continuam, mas, ausência de dor, de sofrimento, de sentimento de perda irreparável.
Estive. Sem estar. Senti-me ausente, estando presente. Olhei à minha volta, de olhos fechados... Não vi rigorosamente nada e, no entanto, estava acordado, estive ali...
Odeio a morte e velórios, e câmaras ardentes e o cheiro quase pestilo-nauseabundo da mescla de tanta flor pelo chão... "Odeio", ainda, pessoas (sem odiar) que nem numa hora de morte deixam à porta da capela os seus ódios de estimação; então, para esconderem as lágrimas das últimas horas ou para não mostrarem as chispas que deles irradiam, colocam-se atrás de grandes lentes de óculos de sol...
Decididamente, não gosto de funerais..., e ainda gosto menos, com esta profusão de óculos de sol...

Ingerência? Não!...

Censura? A jornalista Manuela Moura Guedes não apresentará amanhã, 6ª.Feira, o habitual telejornal da noite na TVI. A redacção editorial do programa demitiu-se em bloco.
Pressões políticas do Governo?
Pressões políticas do Partido Socialista e do seu Secretário Geral?
Pressão política do Primeiro Ministro?
Utilizando uma frase chavão do Ministro Augusto Santos Silva - detestável criatura! - "... como é público e notório...", o PM tinha atacado violentamente em congresso partidário a referida jornalista e o seu espaço informativo, repetindo a dose, numa grande entrevista televisiva a José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, na RTP; aqui chegou ao cúmulo de apelidar o jornal da TVI de "telejornal travestido..."
Se há ou não intervenção, interferência, ingerência teremos que aguardar para saber; mas, que no campo da mera especulação, parece não existir grande margem de manobra, lá isso parece...

Segurança Social ou Vigilância Social?

Num tom de voz muito guturalizado, algo semelhante a um urro semi-animalesco, aquela Mãe de 7 filhos (em que o mais velho é um adolescente, quase adulto, e a idade dos restantes 6 deverá oscilar entre os 3 anitos para o mais pequeno e os 9-10 anos para o mais velho) afirmou:
"Os meus filhos vão sair desta escola porque não tem tapeuta da fala".
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As férias grandes - termo muito usado pelas crianças em idade escolar - regra geral implicam a estada em casa, no seio familiar, com avós, padrinhos ou a mãe, se esta for doméstica. Até aqui, tudo normal.
A anormalidade, o abjecto e preocupante acontece quando um casal de progenitores mantém em regime de absoluta clausura, fechados, sem sair de um T3 durante cerca de dois meses, estas 6 crianças que, obviamente, correm, pulam, saltam, gritam no 2º.andar do prédio, onde esta família está instalada.
Eu próprio e toda a vizinhança nesta envolvência, jamais vimos o rosto ou as pernitas destas crianças em Julho e Agosto últimos, para passear, apanhar ar ou ir a qualquer parque infantil para dar livre curso a tanta energia acumulada naqueles corpitos. Isto não é normal, pois não?
Todos sabemos do risco que é emitir opiniões de valor sobre "vidas" por dentro das quais não estamos; daí o meu entendimento que há que ser muito cauteloso a abordar certas questões. Mas, será que a Segurança Social que acompanha e apoia - digo eu! - famílias como a que aqui vos trago, não deveria estar mais "em cima", mais atenta, mais vigilante?...