Já ninguém vos atura

Já lá vão as Europeias.

Falou-se de tudo e mais alguma coisa, menos da Europa. Insultaram-se uns aos outros, rodopiaram pelo país num frenético pousa aqui, pousa acolá, na mira de arrebanhar votos junto de improváveis eleitores que na hora da verdade, não estiveram para se cansar e não ligaram patavina àquele bando de pardalões, que só descem ao povoado para "comer" o trigo maduro, na hora da colheita, ou, melhor dizendo, na hora de votar.

Foram uns que contavam ir, ficaram outros que tendo esperança na ida, vão ficar por cá a tratar de outra vida. Outros há ainda, que por lá andaram, só para fazer figura de corpo presente, para botarem faladura, melhor fora, se tivessem estado calados no obscuro anonimato de onde jamais deveriam ter saído.

Tiraram-se ilações. Já se fizeram declarações. E, agora, resta-lhes remeterem-se ao silêncio e fazerem-se ao trabalho porque Outubro é já ali ao virar da esquina, e pelo andar da carruagem, ou muito mudam até lá, ou não lhes resta senão penar... a eles e a nós!

Marinho Pinto, olé!

Foi surpresa e das grandes!

Marinho Pinto levou a seu reboque o "MPT" - Movimento pela Terra, partido até agora sem qualquer expressão, e alcançou 7,15% dos votos dos Portugueses, conseguindo com tal proeza a sua eleição para o Parlamento Europeu.

Ontem, Marques Mendes ao comentar a noite eleitoral, apelidou-o de populista, numa (que me perdoem os que pensarem de outra maneira) clara manifestação de uma certa invejazinha por jamais ter conseguido, quando ao leme do PSD uma vitória tão galvanizadora.

Que se cuide o emproado do Vice Primeiro Ministro deste País, pois se o seu CDS estivesse a concorrer sózinho, que não escorado no PSD, teria levado uma banhada, que é como quem diz, teria sofrido uma retumbante derrota ficando atrás do dito Marinho Pinto.

Que a sua voz incómoda e tonitroante possa fazer mossa na defesa dos que não tendo voz, esperam ter nele o seu mais dilecto representante.

Políticos, motivo da descrença

Para memória futura.

Deveriam utilizar o tempo de campanha eleitoral para elucidar, para fazer passar a sua mensagem, para nos informarem, para que soubéssemos, enfim, o motivo da nossa deslocação às assembleias de voto no próximo dia 25 do corrente. Mas, não! Não fazem senão lavar roupa suja, senão insultarem-se mutuamente, senão apoucarem-se perante a nossa estupefacção, perante a nossa incredulidade. Já pouco nos resta de margem para acreditarmos na eficácia destes personagens que mais não visam, senão o proveito próprio.

Pois, para todos aqueles que como eu - e desconfio que seremos alguns milhões nesta situação -, não conheçam bem a postura, o porquê de lá estarem e porque nos devemos preocupar porque lá estão, eis através do 'link' em epígrafe, um artigo que diz mais, do que uma semana inteira de comícios e manifestações onde não nos facultam nada de novo, para que possamos aumentar o nosso nível de conhecimento.