O Flamengo ganhou ontem a Taça Libertadores da América. O Flamengo está de parabéns. Abel Ferreira, o Português e seu treinador, está de parabéns. A Torcida, como eles dizem da banda di lá, eufórica e de peito inflamado de orgulho, está de parabéns! Todo o mundo Brasileiro está de parabéns!
As televisões mostraram-nos imagens daquela loucura colectiva dos adeptos, logo após o jogo, celebrando de forma esfusiante, plena de felicidade, mas vazia de intelecto, vazia de conteúdo, vazia de senso comum e de senso de responsabilidade. Aquela gente, aos milhares, sem máscaras faciais, sem qualquer distanciamento social, dava largas ao que lhe ia na alma, pulando, saltanto, gritando a plenos pulmões o nome dos seus ídolos.
Foi mais forte do que eu. Fixei alguns daqueles rostos, algumas daquelas expressões vibrantes de vida e de contagiante felicidade e não pude evitar este pensamento: Quantos daqueles, estarão, dentro dos próximos 15-20 dias internados em cuidados intensivos? Quantos daqueles vão sucumbir e desaparecer desta vida por não terem sabido, separar o que é realmente importante do meramente acessório, precavendo-se? Quantos serão os que vão tombar?...
