28 agosto, 2010

Ainda em chamas!...

E o flagelo continua. Ardem matas em Portugal, agora mais na zona centro, mas continuamos todos a assistir a este depauperar constante da nossa riqueza florestal. Desta vez, a desgraça acontece para os lados de Ponte de Sor: Incêndio faz 6 desalojados e 3 feridos ligeiros, tendo ardido duas casas.

Tenho anos que cheguem para me lembrar que esta desgraça que parece ter-se institucionalizado, só acontece desde há 20 ou 25 anos, se tanto. Dantes, isto não era assim! Viviam-se os Verões sem se assistir a este calvário anual que parece ter-se instaurado em definitivo.

Para quando acabar em definitivo com tudo isto? Para quando meter na cadeia todos aqueles que peguem fogo ao bem alheio? Para quando engaiolar da mesma forma, todos aqueles que não dando a cara, são eles sim, os verdadeiros responsáveis de tudo isto? E, finalmente, será que alguma vez quem lucra com "este negócio" pagará pelos seus crimes?...

Barbárie destes tempos

Há uma Mulher iraniana condenada à morte. Por apedrejamento. Por lapidação... O seu pecado, o delito cometido, o crime perante a Sociedade é tão somente, o adultério, a relação sexual com qualquer outro homem, que não o "seu dono", o cacique, o "patrão", que por sua vez, pode ter uma data de Mulheres no seu séquito, no seu lar, lá em casa...

O crime(?) para nós Ocidentais, é uma bizarria. A noção de liberdade que todos temos em relação à escolha do nosso parceiro sexual é tão indiscutível, que nos não passa pela cabeça a condenação à morte por tal acto.

O mais terrível de tudo isto é que esta condenação impiedosa e bárbara é ditada por um clérigo, um ser ligado à religião, alguém para quem a bondade, a generosidade e o perdão deveriam ser valores máximos de postura na condução do seu rebanho.

Há movimentações por todo o mundo sensibilizando a esfera governamental de Teerão para que a pena não seja efectivada. Infelizmente, tenho para mim, enquanto convicção pessoal que de nada adiantará. De qualquer modo, não podemos muito mais para além do nosso grito de revolta para com regimes como este. Gritemos, pois!...

25 agosto, 2010

Saramago, finalmente..., entendo-te!

No FUNDO!

Já não há mais para descer, já nem se vê a famosa 'luz ao fundo túnel', já nem se ouve o rufo dos tambores, já não se vislumbra, sequer, uma qualquer silhueta recortada na neblina espessa tendo como fundo, o pano escuro da noite...

Já bateu no fundo!

Já não há vergonha, pudor..., onde pára o sentido ético?
Que é feito daquela 'nesga de vaidade própria', de sentido profissional que todos devemos ter?
Sabemos que as Câmaras deste País estão todas, - ou quase todas - enndividadas até aos cabelos, por gasto excessivo, por corrupção, por "desvio" de fundos, por abotoamento de dinheiros que deveriam ser públicos, para a conta pessoal de uns quantos...patifes, burlões, reles escumalha que se arvora de "grandes senhores".

Vem isto a propósito, uma vez mais, das escolas - 701! - que o Ministério da Educação vai encerrar por este Portugal adentro. Desviam-se crianças! Alteram-se vidas e rotinas familiares! Dá-se de comer durante todo um dia às crianças que se desenraízam da família, dão-se transportes, dá-se, dão-se... malfeitores dum raio!!!

O Estado "empurrou" para cima das Autarquias. Estas,  sedentas de mais poder, aceitaram a 'empreitada'. O Estado vê-se livre de vencimentos com professores e funcionários; as Câmaras a quem o Ministério prometeu "mares e fundos", agora que os não recebem, 'saem a terreiro', alegando que será a ruína, o descalabro. Enquanto esta cambada incompetente e pervertida goza do 'bem-bom' em gabinetes faustosos, os honorários de professores e auxiliares educativos a recibo verde, são diminuídos, as condições pioram, as horas de preparação de aulas e avaliação mensal de alunos encurtam. Enfim, vão buscar ao bolso e ao pouco que exista ainda 'na sacola' de quem trabalha, o resto, tudo o que sobejar, escondendo dessa forma, as suas miseráveis actuações e desempenhos públicos.

Hoje, 25 de Agosto de 2010, fiz entrega de um processo de candidatura numa determinada Câmara do grande Porto. Quando pedi um recibo, direito elementar como elemento de prova, de quem se candidata ao que quer que seja, foi-me dito que a Senha que me atribuiu um determinado lugar na ordem de chegada, desde que rubricada por trás e mencionado o número do concurso, era quanto chegava para fazer fé e, concomitantemente, o Recibo que eu almejava.

Triste espectáculo de "pobreza" este, como triste é esta estúpida realidade dos tempos que vivemos!

Jerónimo de Sousa "escorregou"

Tem piada. Teve imensa piada, tenho pena é do "Chico"!

O Senhor Jerónimo de Sousa - já aqui disse e repito-o: sou apartidário! - líder do 'PCP', veio anunciar com alguma pompa e circunstância qual o candidato escolhido pela sua força partidária para concorrer às eleições presidenciais.

Quando apareceu nos écrans e depois de duas ou três pequenas frases introdutórias, o 'nosso' homem deixou escapar algo que o candidato vai ter que carregar como um fardo durante toda a sua campanha eleitoral: "o candidato proposto por nós é o camarada Chico Lopes". É evidente que o proposto, no circulo mais intimista da família e dos amigos, não escapando o circulo dos camaradas, deverá e, certamente será, tratado pro Chico. Agora, não é concebível que um candidato ao cargo de Presidente da República, seja anunciado pelo seu grupo partidário como o Chico..., o Chico Lopes!

Asneira da grossa do senhor Sousa, que deveria ter mais cuidado ao pronunciar-se perante câmaras de televisão e, portanto, fazer um comunicado ao País, aos Portugueses.


22 agosto, 2010

Desgraça Nacional

Vão encerrar 701 (setecentas e uma!) escolas.

Como é possível, que País é este, que amanhã queremos para os nossos filhos, o que podemos esperar das gerações futuras?

"É preciso aumentar a Qualificação, as Competências, é preciso uma aposta firme e duradoura na Educação", estas são afirmações pronunciadas pelo nosso Executivo que agora, desta forma altaneira e sem regresso, extingue, fecha, deixa ao abandono escolas, "paredes" em cujo interior, se transmitiu o Saber, sabe-se lá, ao longo de quantas gerações(?),

Enviam-se crianças de tenra idade para os denominados Centros Escolares, supostamente, mais apetrechados, mas, longínquos para tanta criança, que vai saír de casa pela madrugada e regressar ao lar quase à noitinha.
Aposte-se na Formação, na Educação, na Qualificação para que haja um amanhã melhor. Precisamos de Portugueses mais competitivos, mais conhecedores, mais válidos e não, gerações de ignorantes - e temos tantos, geração a quem nada se exige, tudo se facilita, tudo se permite, que gera adultos, que embora com diplomas, não conhece mais que as linhas rudimentares do Saber, de gente que não escreve um parágrafo sem erros e que não interpreta um texto, por manifestamente, não saber ler!...

Acham que desenraízando os alunos, levando-os para cidades maiores onde serão aglutinados sem critério algum, levando os pais destes alunos a deslocarem-se do interior onde vivem, para as periferias de cidades, desertificando aldeias e vilas do interior, acham que isto melhorará a qualidade do ensino e da aprendizagem dos ditos alunos? Que sonhadores são os nossos governantes...

17 agosto, 2010

Férias, Fogos, Falcatruas

O título mais parece aquela Fábula que todos conhecemos dos três 'efes'. Mas, em boa verdade, nada dele tem a ver com fábulas, contos de histórias infantis, ou com brincadeiras para criancinhas inocentes.

O Parlamento está de férias e, portanto, os Senhores estão fora; os pirómanos estão activos, estão doidos, absoltamente malucos e, portanto, os fogos estão dentro, estão por toda a parte, com prejuízos incalculáveis, até mesmo de vidas humanas; as falcatruas estão simultâneamente, fora e dentro, isto é: os fogos interessam a muita gente influente e poderosa, os incêndios ajudam outras indústrias e outros comércios, como a da celulose, como a dos transportes, como a do aluger de aviões e helicópteros, como dá trabalho a pilotos de aeronaves, como a política da terra queimada ajuda ao negócio da construção e por aí fora, num rol sem fim.

É triste, desolador e dá uma raiva sem fim assistir impotente a este delapidar dos dinheiros públicos, a esta desgraça ambiental que nenhum poder pode ou quer parar. É desgraça atroz para aqueles que por um punhado de vil metal para o bolso de alguns, perderam os filhos, os chefes de família, sustentáculo do equilibrio familiar. E agora, meus senhores, vós que mandais neste País e que, neste momento, estais a banhos no "bem-bom", que solução para a perda de vidas, para a perda do sustento, para a perda do equilíbrio ambiental, que truque de magia ides fazer? Vá lá, contai às gentes!...

Desencontros



O que fiz da vida até hoje?
O que pedi aos Deuses me fosse dado.
Cêdo bamboleei a minha vontade.
Tarde enxuguei a angústia, ali ao lado,
Na madrugada da vida, fiquei ali, inerte...
Aspirando que o relógio acerte.
A cadência lenta do meu fado.

Quem mal não julga, mal não pensa.
Quem muito pensa, morre de tédio e torpor.
Quem corre por gosto, não cansa,
e quem cansa por muito correr, até pode morrer...
Mas, pensando tanto, até à exaustão,
Pode ser que feneça, suavemente, de amor...
e que de forma suave, ali tombe, e caia no chão.

Desencontrados encontros,
Em tardes soalheiras, pela manhã,
Esvoaçam quedos nos meus ombros.

Fruto proibido e gostoso, qual maçã,
colhida de árvore semeada em combros,
Assim..., me enrosco em mim, qual meada de lã.


Carlos Menezes.