O número de casos positivos com Covid-19, na sua mais recente variante, a Ómicron acaba de atingir um novo máximo de casos diários verificados nas últimas 24 horas, mais precisamente, cerca de 17.100 infecções. Depois dos 5/6.000, chegamos rápidamente aos 10.000, subimos ainda mais a fasquia e batemos os cerca de 13.000 e, eis-nos chegados ao pior número desde o início da pandemia...
Fazem-se testes às centenas de milhar por dia, tendo como finalidade última, os jantares disto e daquilo, as idas ao futebol para encher estádios, a ida a restaurantes, hoteis e casinos para a passagem de Ano, para a dita Noite de Réveillon, enfim, testar é bom, é muito bom! A motivação última de tantos e tantos milhares de Portugueses em fazerem o teste é que já é um pouco discutível...
A malta, ou pelo menos, grande parte da dita não está disposta a abdicar do que quer que seja, não está disposta a precaver-se, a prevenir-se, para mais tarde, não ter que remediar. Não! A malta está cansada, está exausta, está pronta a correr atrás do prejuízo, se preciso fôr. Agora, contenção, cautela, prevenção, não, isso não! Caírão os que tiverem que caír, encherão salas de UCI os que tiverem que encher. Borrifar-se-ão para todos os outros que, diferentemente deles, ajem de outra maneira. Estar-se-ão nas tintas para todos os que nos corredores dos hospitais hão-de olhar por eles, só porque decidiram ser egoístas, só porque decidiram que "eu posso", só porque, enfim, são estúpidos!
A Ministra da Saúde acaba de anunciar nas televisões que, a manter-se o algorítmo que nos fez chegar a este ponto nos últimos oito dias, pode prever-se que a 7 de Janeiro possamos atingir os 37.000 casos diários!!!
O que vamos fazer nos próximos dias, nas tais reservas hoteleiras, nos tais jantares 5 estrelas, nos anunciados fogos de artifício - Funchal e seus 13 navíos de cruzeiro carregados de turistas tresloucados - nos casinos e bailes de réveillon, nos brindes, nas flûtes de champanhe e nos beijinhos e abraços (sim, porque estamos todos vacinados e testados), o que vamos fazer explicará tudo aquilo que teremos que "pagar a seguir".
Resta-me um laivo de pêna, por todos aqueles que terão que levar com "eles", dentro e fora dos hospitais!...
