30 janeiro, 2010

O Haiti com Fome

A Fome é tenebrosa..., a Sede é a morte anunciada..., estar sem tecto, sem emprego, sem dinheiro, sem rumo, sem direcção, estar rodeado de "tantos outros", e estar só, abandonado à sua sorte, no mais absoluto esquecimento e solidão...

Dizer que "entendemos", que "julgamos" assim e assado, que "fazemos ideia", que "imaginamos" como deve  ser, é o mais perfeito disparate, pois só aqueles que lá estão, que vivem por dentro da desgraça, que sofrem, choram e gritam desabaladamente, esses sim, podem dizer o que é "estar tão perto do inferno"!

Depois disto e, para que não reste a mais pequena dúvida de que não ouso, fazer julgamentos de valor sobre tais temas, permito-me, no entanto, manifestar a minha incompreensão perante imagens que não julgava possível vêr: seres humanos a disputar um saco de comida a um seu igual, de forma violenta, aos repelões, ao soco e à cabeçada...

O Haiti e o seu povo despedaçado entram-nos pela porta adentro a todo o instante. Os repórteres no terreno "contam-nos" o impensável. As imagens violentam-nos pela dôr que nos trazem. As redes de tráfico de crianças já começaram a chafurdar na miséria. Da ajuda humanitária, li num dos nossos jornais, que do equivalente a cada dólar doado, só chega ao território(*), ao campo das necessidades, um cêntimo! Onde ficam, em que mãos sujas se quedam os restantes 99 cêntimos? quem está a aproveitar-se desta desgraça para enriquecer?!...

(*) Afirmação do Primeiro Ministro Haitiano, no Canadá.

A escravatura da era moderna

Assédio Moral é isto
É estar formalmente contratado,  cumprir um horário de 'x' horas/dia, obedecer à hierarquia reinante, cumprir com normas vigentes e, em troca, ou seja, como retribuição deste labor e desta disciplina, receber uma remuneração determinada. Pois é, isto é o teórico, é o estabelecido, o que não significa que seja a realidade.

Na farmácia comunitária do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, criada pelo governo actual na legislatura anterior, cujo volume de facturação se prevê seja dos mais elevados das farmácias deste país, há regras, há procedimentos, há linhas de conduta e de exigência comportamental, moral e cívica que são para cumprir. Assim, deverá estar elaborado o contrato estabelecido e, assim, fiscaliza o dito hospital; em 'contra-ciclo', há também ordenados em atraso, folgas por gozar por terem sido proibidas, ausência total de horários pré-estabelecidos, pois não se estabelecem nem se afixam; há, em suma, maus tratos verbais e até físicos, há um clima de verdadeiro  terror psicológico, de malvada e hedionda perseguição...e isto, o hospital, a Tutela, o Governo não fiscalizam, não punem o(s) responsáveis.

Os trabalhadores (23 dos 24 inicialmente selecionados e que se encontrávam no activo) abandonaram funções, sendo que, entre 3 a 4 deles moveram processos judiciais à entidade patronal.