Há algum tempo, não muito, se comparado com aquilo que é o tempo da Justiça, dois idosos pegaram-se de razões por causa de uma disputa antiga sobre terrenos. Palavra puxa palavra, passearam-se pela troca de insultos e acabaram a guerrear-se ferozmente. Em suma, um deles matou o outro de forma violenta com recurso a arma de fogo.
O habitual, infelizmente, em tal tipo de contendas. Já o que não é nada habitual é que o Tribunal foi célere no julgamento e na aplicação de pena: 21 anos de prisão para o comprovado assassino! Espantoso. Fantástico. A Justiça no seu melhor!
A pergunta que nos ocorre é a seguinte: Por que motivo é que se não julgam com esta celeridade, com esta eficiência todos aqueles outros casos que andam nos corredores da Justiça anos e anos, na casa da década até, como que a ganhar môfo, empoeirando as nossas vidas, manchando a dignidade que deve ser atribuida a certas Instituíções? Para quando os julgamentos dos Sócrates, dos Salgados, dos Berardos, dos Pinhos e de tantos outros quejandos que duram, duram até nos exaurirem o juízo e prescreverem, incorrendo o Estado (nós todos) no pagamento de milionárias indemnizações a esta data de sanguessugas malfeitoras? Para quando?...