10 maio, 2020

Meça-se a temperatura nos aeroportos e fronteiras, por favor!

"A Ausência de rastreio térmico nos aeroportos e fronteiras, tem sido uma pecha importante, uma falha clamorosa na prevenção por parte de muitos Governos, espalhados pelo mundo fora,
O controlo de temperatura mostrou ser eficaz em muitos países e cidades que apostaram nesta medida. Sabemos que ao detectar precocemente alguém com febre, iria evitar a propagação do vírus com os contactos mais próximos . Muitas pessoas foram poupadas e deste modo não correram o risco de poderem ir parar aos hospitais e em alguns casos aos cuidados intensivos.
Se todos tivessem tomado esta medida, nomeadamente quando vários países ainda tinham registo de poucos casos, tudo poderia ter sido diferente . Com o controlo de temperatura aos passageiros oriundos das cidades italianas de Bérgamo e Milão, que na altura estavam a ter imensos novos casos, bem como aos passageiros provenientes de Ásia , certamente que muitos contágios poderiam ter sido evitados ."

N.B.: Excerto de um texto retirado da "Revista Visão". 
          Um dos pontos chave a observar no caso de uma segunda vaga da Covid-19
          Entrevista ao médico Jorge Sales Marques, radicado em Macau.

Alunos e Professores em risco!

A 18 de Maio, de amanhã a oito dias a Escola reabrirá para ter aulas presenciais. Serão só dois anos, o 11º. e o 12º. anos e terá em vista a feitura de exames nacionais para acesso ao ensino superior. Até aqui tudo bem, mas... e o resto?

O resto, são salas com espaço para possibilitar o que preconiza a lei, ou seja, o distanciamento físico de 2 metros entre as pessoas;
E o tamanho dos espaços físicos das nossas salas de aula permite isso?
E o desdobramento de cada turma, partindo do pressuposto, que as turmas em Portugal andam pelos 24/27 alunos?
E quantos professores serão precisos para todos estes desdobramentos?
E o pessoal auxiliar, os que existem vão chegar? Esqueçam, nem pensar!
E, para terminar, os nossos jovens alunos, vão ser todos assisados quanto baste, para cumprir com todas as regras que esta nova vida nos impõe? 

Quem pensa a Escola neste País, infelizmente, pensa mal, sabe pouco sobre o tema, no que ao terreno diz respeito. Era bom, que saíssem dos seus gabinetes e viessem para os corredores de uma qualquer escola secundária da nossa terra. Para sentir o pulso, para auscultar a realidade, para ficar por dentro, para evitar o desvario de medidas que só mostram a mediocridade de que são feitos.

E se fôr cêdo demais?

Por cá, intenta-se uma reabertura, um retorno lento e parcimonioso às lides, às saídas e entradas de nós todos num mundo que já não é mais o mesmo. Acha-se que nem que caiam mais uns quantos, isso será o preço a pagar por um "regresso" ao que quer que seja que isso possa ser...

Vamos reabrir escolas (11º. e 12º.anos) e creches, vai regressar o futebol, vão reabrir restaurantes, vamos ter museus e salas de espectáculo de volta(?); o pequeno comércio, a loja de rua já aí estão.
Já a seguir, virão as praias e a sua utilização limitada e vigiada, para em simultâneo termos a hotelaria, a restauração, os bares e os aeroportos inundados por turistas aos milhares vindos, só Deus saberá de onde. É o preço a pagar!

A economia, a queda brutal do PIB, o desemprego, o "lay off", a perda de rendimentos e a fome estão todos interligados numa cadeia sem fim rumo a um poço sem fundo. Sabemos todos que há que retornar, há que, paulatinamente, regressar a níveis de produção que possam reequilibrar as contas públicas... Mas, a abertura de aeroportos e a inundação de estrangeiros vindos de países, onde o nível pandémico está bem mais à frente que o nosso, não será um convite à desgraça? E, se piorarmos a nossa situação face ao que já conseguimos até hoje, será que as contas entre o Deve/Haver, isto é, o que a turistada cá deixar, vai chegar para compensar os milhões que se hão-de gastar no nosso Serviço Nacional de Saúde? Quanto aos que vierem a "desaparecer", se se concretizar este presságio, nem vale a pena falar: não serão tidos em conta!