09 novembro, 2017

SNS e 100 Milhões para privados...

Há dias passou nas nossas televisões que o Estado tinha gasto no ano transacto, cerca de 100 milhões de euros a pagar a empresas privadas, por serviços prestados por médicos no Serviço Nacional de Saúde.

Passou, igualmente, o testemunho/entrevista de alguns dos intervenientes dos tais serviços prestados, ou seja, de médicos e de várias das suas associações e Ordem respectiva. No meio dos depoímentos, eis que a entrevistada é uma médica anestesista que trabalha num qualquer hospital do SNS onde se encontra colocada e, mais numa data de outros, onde trabalha para uma empresa privada que a remunera a recibos verdes, sem ajudas de custo, sem pagamento de horas extraordinárias, em suma, sem regalias. Ora, nas várias entrevistas ouviu-se de tudo: Indignação, revolta, desconsideração, falta de respeito por quem de direito, um rol infindável de descontentamento, por se acharem vitimas de tratamento injusto e desadequado.

No meio das lamúrias, a tal senhora anestesista consegue afirmar que se sente como uma "mulher a dias" da saúde, que se acha mal respeitada pela tutela, desconsiderada, abandonada à sua sorte, pois tem de fazer muitas deslocações, tem de andar muitas centenas de quilómetros, tem grandes custos de portagens, desgaste de carro, desgaste físico e intelectual, para além de uma vida familiar difícil de conciliar com tantas solicitações. Mas, quando a repórter indaga qual o montante mensal dos seus ganhos, mesmo tendo  em conta tamanhas despesas, a senhora algo constrangida afirma que se situam no intervalo entre 8 e os 18.000 euros!...

Valha-nos Deus! Será que estes elementos do sociedade portuguesa fazem ideia de quantos milhões vivem com o ordenado mínimo nacional? Será que esta gente se acha realmente, assim tão diferente, para melhor, do que todos os outros? Não entendo certas posturas!...




Legionella de novo

A Legionella voltou a atacar!
Depois de Vila Franca de Xira, em 2014 e com 11 vidas ceifadas e muitas outras que ficaram a padecer de maleitas várias, eis que no Hospital de S. Francisco Xavier, em Lisboa, bem como numa outra unidade hospitalar privada, surgem mais de 35 casos de infecção, havendo já a lamentar duas mortes.

Análises e contra-análises feitas em correria para identificar o foco, o local da disseminação da doença, e ao que parece, tudo aponta para que a bactéria possa ter tido origem nas condutas de água do S. Francisco Xavier.

Há culpa de alguém? Será que houve incúria de alguém, que não poderia, não deveria ter acontecido? Será que houve desinvestimento nos processos de controlo e monitorização de espaços públicos, como é o caso de um hospital central? Será que, será?...

Há que aguardar por resultados das averiguações já em curso, mas o que é facto, o que já se tornou dramaticamente irreversível, é a perda de vidas que não regressam mais.