06 maio, 2010

P'ra onde vais Portugal?

As notícias não são boas!
Jean Claude Trichet, Presidente/Governador do Banco Central Europeu esteve em Lisboa. O que disse, em vez de serenar os mercados, teve efeito inverso. As Bolsas europeias estiveram todas em baixa e a de Lisboa não foi excepção.

Ao lado de Trichet, mais concretamente à sua direita, sentou-se Victor Constâncio o ainda Governador do Banco de Portugal que será empossado como Vice do "B C E" no próximo mês.

Enquanto cá esteve (mais um que se 'exporta') acumulou asneiras, muitas, e de má memória: falta de supervisão no BPN e BPP que lesaram milhões de portugueses em muitos milhões de euros. Agora, 'vestindo já a nova roupagem', deixa caír aquela máscara opaca e acinzentada com que sempre se refugiou para não ser enxotado, e permitiu-se deixar ao Governo e, à laia de conselho que, doravante, os gastos públicos exigem grande e profunda reflexão. Finalmente, uma coisa acertada e com nexo, demonstrando enfim, alguma inteligência.

Já está a falar à Vice do Banco Central Europeu. Só é pena que os que nos governam já não oiçam ninguém. Acabamos de escutar que o TGV está 'p'ra arrancar' e que, por tal motivo, uma Escola com mais de 125 anos, já recebeu ordem para abandonar as instalações até ao fim de Agosto próximo. Enfim, campeia a teimosia, campeia o orgulho balofo, campeia a insensatez que não admite a má opção do 'timing' e, com isso, vamos continuar a descer na classificação dos mercados, só Deus sabe, até onde...

Mas, em boa verdade, estamos à espera de quê? Quando Francisco Assis diz em relação ao deputado Açoreano, Ricardo Rodrigues, que "o País e o Governo não podem prescindir de Homens da craveira daquele deputado" e, quando o tal deputado, surripia/rouba dois gravadores a repórteres que o entrevistavam, realmente temos que admitir que, já nada nos surpreende...

Isto não é um jogo de playstation!

Como eu entendo os Gregos!
Estiveram na rua ontem, dia de greve em todo o País. E estarão na rua hoje, certamente!
Há manifestações gigantescas em muitas cidades. Há tumultos. Há confrontos violentos com as forças da Lei. Há Gregos contra Gregos. Polícias e cidadãos, todos irmanados na desgraça. Houve a tentativa de invadirem o Parlamento. Há já três vidas que se perderam.

Lá como cá: os Gregos não entendem como é que a classe política, e cinco mil, ou cinquenta mil, ou até, cem mil milionários (altos especuladores, 'gamblers', meros jogadores de casino, com manobras de milhões em bolsa) conseguiram "engolir"/delapidar/usurpar/roubar toda a riqueza produzida nos últimos anos, e levar o País à bancarrota. Os Gregos não entendem que agora lhes queiram "comer os subsídios de férias e Natal", que os queiram pôr de joelhos, quando a corrupção mais vil, foi segundo consta, o "pão nosso" de todos os dias.

Os Gregos não entendem e os Portugueses também não! Jamais entenderão, se alguma vez, alguém da governação nos "vier com conversas destas". Jamais sonhem tentar remediar os vossos erros com aquilo que é nosso, que nos pertence de direito.

Também não entendemos que jornalistas perguntem a portugueses na rua, se estão dispostos a prescindir do seu dinheiro de férias ou de natal para salvar o País. Que País? Para salvar, isso sim, uma data de energúmenos, uma corja de corruptos, um grupelho de "meninos ricos e mimados" que governam a Nação, o Povo, o "todo" que somos, a seu bel-prazer; faltam, desesperadamente, medidas de fundo, de coragem, de ruptura, de paragem, que minimizando a dívida a contraír, possam transmitir confiança aos mercados exteriores e evitem a nossa queda no abismo. Os jornalistas não deviam colocar questões destas; estão a abrir, psicológicamente, o caminho ao governo. Há coisas que não devem sequer, ser equacionadas!...