21 abril, 2010

No reino da Risada

Estreou no Domingo passado na RTP 1 um novo programa. Chama-se "Lado B", é apresentado pelo Humorista Bruno Nogueira e apareceu em horário nobre.

Tem convidados, uma banda residente e está projectado à guisa de "talk show".
A sugestão do nome do programa - Lado B -, levou-me a imaginar que vinha aí qualquer coisa do tipo: do outro lado, por trás da cortina.
Ora bem, o primeiro convidado foi o "Gato Fedorento" Ricardo A.Pereira. Conversa animada, alguns dichotes engraçados e a coisa não transbordou. Prova superada!

O convidado seguinte foi de "arrasar" a vida a qualquer um. Não é que prometesse mostrar-nos algo de novo, de quem esperássemos algo surpreendente, mas que diabo, deixa lá ver o que é que sai: bom, do ex-ministro "Manuel zinho" não sai nada de jeito. Trivialidades, muita vaidade, algumas parvoíces e uma manifesta falta de jeito para estar em espaço público.

Educação e Saúde, p'ra que vos quero?

Há pouco tempo houve eleições no maior partido da Oposição.
Das mesmas brotou um líder, que não interessa escalpelizar se é o melhor, ou não.
Esse líder, entre variadíssimas afirmações proferidas no discurso de "investidura", e noutros mais à frente, disse que lutaria com denodo para impedir que a Educação e a Saúde jamais fossem privatizadas.

Aqui, chegado a este ponto, estaquei mentalmente, congelei a imagem televisiva que proferia tais enormidades e fiquei ali, quieto, estupefacto, mirando e remirando a postura de "Dandy" do personagem, e tentando perceber se o orador tinha alguma noção do que estava a dizer, se conhecia,  nem que ao de leve fosse, o que se passa no terreno, na vida real, no 'todos os dias' de tantos milhares de portugueses.

Depois de moer e remoer, achei que não; o personagem desconhece o país real. Ignora que grande parte da Educação, entretanto, entregue às autarquias foi por estas alienada, entregue, "vendida ao desbarato" a empresas privadas que mais não fazem do que "comer" ávidamente os dinheiros públicos. Quanto às Câmaras estão-se nas  tintas; através da Educação arranjaram forma de "sacar" ao 'OGE'* alguns milhões mais para se auto financiarem.
Na Saúde, a Comunicação Social anunciou que os Hospitais público-privados apresentaram 300 Milhões de prejuízo no ano passado. Quem vai pagar esta factura? Está-se mesmo a ver, não 'tásse'? Que parcerias são estas que nos custam tão caro? Pois é, há que dar de comer às "famílias políticas", às "clientelas partidárias", aos "afilhados", aos "sobrinhos", a "essa canalha toda"...

Depois, rectificam-se orçamentos, emendam-se cifras, fazem-se 'Pec's'(*)
Que sina esta de sermos (des)governados por gente tão fraquinha...
Os que lá estão, os que são Governo, já começaram a alijar a carga, a 'desfazer-se' de dois sectores tão vitais. Mas... os que estão à porta, os que anseiam por chegar ao poder, não são melhores.

(*) Orçamento Geral de Estado.
(*) Programa de Estabilidade e Crescimento