Hoje, precisei de levar familiar chegado a tratamento clínico.
Estacionei em zona bem complicada, o que obrigou a que não pudesse abandonar o carro.
Enquanto ali parado, observei o movimento de pessoas e tráfego à minha volta:
Carros por todos os lados, alguns em segunda fila, ciclistas a pedalar em contra-mão, gente a estacionar em cima de passadeira...
E, observei também, dois caixotes de madeira, do merceeiro lá da rua, dispostos na faixa de rodagem, tendo cerca de 3 metros entre eles. Estes caixotes, supostamente, são assim postos na rua pelos donos de estabelecimentos, para servirem de "guarda-lugar" para quando chegar o furgão vindo do mercado abastecedor, o carro de um cliente mais "in", ou até, o carro da filha do merceeiro, que por acaso, faz a contabilidade da loja do paizinho.
Embirro solenemente com este tipo de "português pequenino", que acha que aquele naco de passeio ou rua lhe pertence, lhe foi destinado e, como tal, ele exerce o "seu direito" ocupando o espaço a seu belo-prazer. E, ai de quem ali pare e ouse arrumar os caixotes para estacionar naquele lugar: irado, furibundo, a deitar lume pelas narinas e palavras de arruaça pela boca fora, o homem faz um chinfrim dos diabos, pinta a manta e, é até capaz de chamar a polícia...
Já vi, ao vivo e a cores, num só capitulo, as cenas descritas nos dois parágrafos acima. Hoje, felizmente, só constatei o que aqui relato no primeiro. De qualquer forma, só o presenciado hoje já é tão mau e abona tão pouco a favor daqueles que assim vivem no dia-a-dia, que me apetece dizer: que lástima de país é este, onde campeia o desrespeito e o "salve-se quem puder"!...