Passou um ano desde a libertação da cidade mártir de Bucha, na Ucrânia...
Dos horrores infindáveis e imorredoiros que por lá aconteceram, sobressai na minha memória aquela mão feminina de unhas nacaradas, caída na rua, inerte, sem vida, agarrada a um corpo que mostrava já alguns sinais do mais inaudito abandono. Aquela mão, tristemente célebre na memória de milhões que viram aquelas imagens, foi só o sinal do crime hediondo, do genocídio atroz que os Russos tinham cometido e que deixaram na esteira da sua tão funesta passagem. Foram-se dali, corridos a tiro pelos Ucranianos que recuperaram a sua terra aos invasores e sepultaram as suas perdas.
Faz hoje um ano. Faz hoje uma eternidade para todos aqueles que continuam a defender o solo Pátrio metidos em trincheiras lúgubres ou em buracos debaixo da terra. Faz hoje, realmente, uma eternidade para todos aqueles que perderam os seus, mas continuam de dentes cerrados a lutar por tudo aquilo, por que acham valer a pena dar a própria vida.