08 junho, 2023

E o Porto levou a Taça

 O Mundo tem estado demasiado trágico, para nos perdermos com coisas menores, que não-obstante, não deixaram de fazer parte do nosso quotidiano. É verdade, por muito desastre humanitário, por muita tragédia ambiental, por muita fome em várias zonas deste nosso lindo planeta, não podemos ignorar, "tout-court" que o enorme, o grande, o fantástico Futebol Clube do Porto, venceu a Taça de Portugal 2022, frente a um adversário valorososo como é, sem dúvida o Sporting Clube de Braga.

Fou uma grande jogatana de futebol, daqueles jogos que dão prazer ver de camarote, como costuma dizer-se. Venceu o Porto, como poderia ter vencido o Braga, tal foi o "tu cá-tu lá" em que se desenvolveu a partida.

Honra a ambos os conjuntos que souberam ser dignos um do outro.

Educação, que esperais?...

João Costa, responsável da Tutela da Educação congratulou-se com o percentual de Docentes "que alinharam" na vinculação dinâmica. Segundo ele, seriam 80%. Errado, sr. Ministro! Cerca de 20% pertenciam à "regra travão", pelo que restam sómente 60% de Professores que alinharam só Deus sabe em quê - no ano lectivo de 24/25, logo se verá qual a armadilha que este Ministro lhes montou -, para, aí sim, se darem a devida conta na alhada em que se meteram.

Salta à vista, que há gente para quem o umbigo é o ponto cardeal que norteia toda a sua orientação, não medindo consequências, não tirando ilações, não assumindo que, afinal, o respeito não se compra, não se vende, não está ali ao virar da esquina. O Respeito conquista-se, nem que para tal haja que suportar alguns dislates de quem manda. Para se ter uma espinal-medula direita, vertical, inquebrável, há que arrostar com alguns sacrifícios para se lá chegar. Infelizmente, a classe dos Professores - 60% -  foi lesta  a aceitar a vinculação dinâmica proposta pelo Governo e, com tal ganância vão ser "disparados" para onde os srs. Directores de Agrupamento decidirem que deles têm necessidade. Aí, nessa altura, vão doer os dentes a muita gente, mas não poderão dizer que não foram os próprios a decidir o seu próprio futuro.

Resta SAÚDAR, resta felicitar, há que cumprimentar com efusividade todos aqueles 40% de Professores que foram íntegros, foram pensantes, foram lógicos, não embarcaram em manobras governativas que mais não são do que um presente envenenado. Não estiveram dispostos, não aceitaram, não concorreram, não estão disponíveis, querem ser donos das suas vidas, dos seus destinos, do seu futuro e decidiram viver com as suas Famílias, decidiram ser felizes, decidiram pela estabilidade, pela segurança, pela paz, que a vida é agora. O tempo de viver e ser feliz é agora, e não quando os srs. Ministros do interior dos seus gabinetes climatizados decidem pôr o pé no cachaço de todos aqueles que estejam sob a sua jurisdição.

Vivam todos os Professores que o querem ser, mas não abdicam de ser livres e gente mais feliz!!!

Barragem de Kakhovka - o ecocídio!

São 37 vilas e cidades na região de Kherson que se encontram total ou parcialmente inundadas... São centenas de milhar de pessoas que sofrem na pele a devastação medonha de uma tal catástrofe. Perderam as suas casas, estão sem eira nem beira atiradas para a miséria. Já se perderam vidas humanas que mais não voltam, e outras mais hão-de vir a perder-se por insuficiências ou falta de abrigo e de alimentos para que se mantenham vivos.

Os prejuízos são incalculáveis, as vidas destroçadas são mais que muitas, os ecosistemas que a barragem alimentava estão destruídos, a matança de peixes é aos milhões, tudo, enfim, é de uma enormidade tal que se assemelha a uma qualquer tragédia bíblica que todos julgávamos tinham ficado bem lá para trás.

Como se não bastasse todo este cenário dantesco, eis que as águas desta enormíssima barragem alimentavam um lago absolutamente essencial para a refrigeração dos reactores nucleares de Central de Zaporizhia, que devido a este atroz desenlace começou a baixar, estando já abaixo da quota normal para proceder à dita refrigeração. Como se não bastasse tudo o que está a montante deste fatídico acontecimento, ainda poderá sobrar a jusante um outro desastre de proporções incalculáveis para a Humanidade, se os reactores da central nuclear entrarem em sobreaquecimento...

Enfim, o Homem sempre foi e continua a ser, o animal mais perigoso, mais mortífero, mais letal para o seu semelhante, quando decide pôr ao serviço do colectivo toda a malignidade, todo o veneno, toda a perfídia de que alguns de nós somos feitos.