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18 setembro, 2023

Amnistia para 408?...

As Jornadas Mundiais da Juventude realizadas, em Lisboa, nos primeiros dias de Agosto, tiveram a presença do Papa Francisco e de mais de um milhão de peregrinos provenientes dos 4 cantos do mundo. Foi marcante, foi notável e foi para mais tarde recordar.

Na sequência de tal evento, o Governo decidiu promulgar uma Lei de Amnistia e de Redução de Penas, destinada a todos os "jovens entre os 16 e os 30 anos de idade". Dela beneficiaram 408 pessoas, o que parece uma autêntica aberração, tendo em vista a Justiça e os valôres que lhe estão adstritos. Beneficiar um tão elevado número de pessoas devido a uma visita Papal ou uma celebração como a que ocorreu, parece absoltamente descabido e assaz destituído de equilibrio, pelo menos, aquele equilibrio de quem administra a Justiça, de quem profere sentenças sancionatórias ou condenatórias por estar a dar o seu melhor, por estar a trabalhar com seriedade, com honestidade, com verticalidade para que a Justiça seja sempre aquilo que deve ser: Justiça justa, equitativa, assertiva, idónea, plena de ética e de eficácia.

Assim não. Parece que estamos a gozar com o trabalho, com a cara de tantos Juízes que de si deram o melhor, para libertar a Sociedade de muita da marginalidade que, ao fim e ao cabo, nos prejudica a todos.

E, já agora, apetece questionar quem de direito para a classificação etária: "jovens" entre os 16 e os 30 anos de idade. Jovens? Então, mas agora é-se menino até tão tarde? Aos 20, aos 25, aos 30 anos ainda se não cresceu o suficiente para catalogar todas estas idades como homens e mulheres? Afinal, continuamos a rumar para uma Sociedade permissiva, onde no apogeu do desenvolvimento físico e mental se quer catalogar homens adultos e mulheres adultas como se de adolescentes se tratasse???...



27 janeiro, 2023

JMJ 2023 - 161 Milhões de Euros?!...

Está tudo meio adoidado ou quê?

O valôr estimado para a realização das Jornadas Mundiais da Juventude a terem lugar em Lisboa, no mês de Agosto deste ano, está estimado em 161 Milhões de Euros. Isto é: conhecendo-nos como nos conhecemos, o valôr agora estimado, irá derrapar para uma qualquer outra cifra bem acima e bem diferente daquela.

Há fome na nossa terra; há miséria a esmo por entre os 2 milhões de pobres que vivem entre nós; há gente e mais gente que vai ser despejada das suas casas, devido ao aumento brutal das taxas Euribor; há gente sem-abrigo que sobrevive em condições deploráveis e indignas de todos nós; há gente, que embora trabalhando, é precária e aufere salários de miséria que os obrigam a esmolar comida para subsistirem; há dificuldades brutais, por escassez de meios humanos e técnicos em sectores tão vitais, quanto sejam a Saúde, a Educação, a Justiça...

Com todo este rosário de penúrias várias, vamos gastar 161, 200, 300, 400, ei sei lá, Milhões de Euros, de que carecemos, só para nos mostrarmos ao Mundo, só para gritarmos bem alto: não passamos duns pobretanas, mas, volta e meia, sabe bem armarmo-nos em ricos. Será isto que vamos fazer? A exemplo da Expo-98 e do Euro 2004, vamos dar uma de ricalhaços só para nos exibirmos, só para satisfazer a feira de vaidades de alguns e encher os bolsos de massa a tantos outros?...

Adoro o Papa Francisco. Sou católico. Mas, de certeza, que Francisco, o Papa humilde, a favor dos pobres, dos mais desfavorecidos, o Papa que substituiu o cadeirão Papal, outrora rico e resplandecente, por um outro bem mais consentâneo com a realidade do mundo actual, não verá com bons olhos todo este esbanjar à tripa-fôrra quando há tantas carências no dia-a-dia dos Portugueses.