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25 novembro, 2018

Exonere-se a incompetência

Custa-me ainda a acreditar, quase oito dias volvidos. Continuo boquiaberto de espanto, e blasfemo alguma raiva por ter impressas na minha memória, imagens inacreditáveis que jamais equacionei serem possíveis neste meu Portugal, naquele meu Alentejo que adoro... É uma visão lunar, parece um sonho terrível tirado de uma outra paragem, de uma outra galáxia.

Por mais que tente e teime, não consigo apagar dentro da minha cabeça, as imagens aéreas daquela escassa língua negra que mais não era, sei-o agora, que uma estrada; estrada que parece estar sempre em iminente desagregação perante a monstruosidade do tamanho e da fundura daqueles buracos gigantescos que se sucedem uns atrás dos outros.

Por incúria, por incompetência, por ignorância, por desleixo, pela mais elementar falta de preparação para a ocupação de cargos públicos que acarretam consigo - ou deveriam, pelo menos - responsabilidades, a feitura de procedimentos prioritários e obrigatórios, há com certeza, gente que está em cargos, e neles continua, que tem que ser, imediata e liminarmente, responsabilizada. E, quem de direito, faça-o depressa, pois as escarpas e as muitas toneladas de rocha que estão em suspensão, como que presas por um fio, podem vir a matar mais gente que se encontra lá no fundo, que não tem culpa nenhuma dos erros e das omissões graves, dessa chusma de miseráveis à solta.

21 novembro, 2018

Crateras da nossa miséria

E a desgraça voltou a bater à nossa porta, como se não estivéssemos já, mais que martirizados com os acontecimentos que nos têm fustigado nos últimos tempos. Depois dos incêndios do ano passado, do deste ano já, em Monchique, e do "Leslie" que tudo varreu, eis que nos vemos confrontados com as pedreiras do mármore rosa de Borba.

Já se escutaram as vozes de alguns dos directamente ligados à questão e a sensação que paira no ar é a de que, afinal, por mais estudos, por mais pareceres técnicos que datam já de 2014 e que apontavam falhas graves e iminentes, assim mesmo, não houve ninguém que fosse capaz de encerrar aquela língua de estrada.

Maldita ganância humana, malvados todos aqueles que podendo e tendo o dever de fazer alguma coisa, nada fizeram! A estrada desapareceu encosta abaixo, morreram portugueses, há uns tantos ainda desaparecidos e, ao que parece, era habitual passar por ali uma camioneta escolar com cerca de quarenta crianças...

Somos bons a acorrer, a mobilizar para os teatros de operação, de emergência, de catástrofe. Pena é que sejamos tão maus a prevenir, a prever, a antecipar para lamentavelmente, não nos restar senão remediar...