29 junho, 2021

Disparate total

Já saímos do Euro 2020, às mãos, ou melhor aos pés dos Belgas.

E, porque saímos, com pena minha e de muitos outros milhões de Portugueses, já me sinto mais à vontade para manifestar o que sempre pensei, mesmo antes do certame se ter iniciado. 

Fazer um Euro com tal número de Selecções envolvidas, com milhões de fãs em movimento, com milhares de voos efectuados, com hotelaria, restauração, policiamentos, com estádios cheios a abarrotar de gente como tivemos na Hungria por várias vezes, tudo isto em ano de pandemia, é uma completa loucura, é de uma insanidade a toda a prova, é uma atitude miserável de quem manda no desporto rei, neste caso a Uefa e dos milhões de euros envolvidos em tamanho carrossel, em tamanha vertigem tresloucada.

Infelizmente, muitos, mas mesmo muitos vão pagar um preço demasiado alto!

Somos tão burros!

Um pouco por todo o lado, ao longo deste País que somos, estão a acontecer situações, no que concerne à vacinação contra a Covid-19, que são verdadeiras aberrações, são actos repugnantes praticados por gente, também ela repugnante.

Gente com auto agendamento efectuado para a segunda toma da vacina, está a faltar, está a não comparecer, seja por motivos de saúde, seja por motivos profissionais, seja até, porque decidiram ir a lazer...

Foi o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins quem fez tal denúncia. Exemplificou ainda, que em dia de jogo de futebol relativo ao Euro 2020, há gente que aparece horas, antes da hora agendada, gerando com isso aglomerações, de maneira alguma desejáveis, numa altura destas. Mais, alertou ainda para que, dias tem havido em que faltam entre 100 a 150 pessoas, ocasionando esta tamanha irresponsabilidade, a perda para o lixo das vacinas não utilizadas. E, isto..., quando ainda temos milhões de Portugueses que não receberam ainda qualquer dose da vacina, independenemente de terem feito o respectivo auto agendamento e se encontrarem numa espera muda e silenciosa, como que a pairar num qualquer limbo, sem saber quando chegará a  sua vez. Somos tão estupidamente estúpidos!...

Não aprendemos nada...

Não aprendemos nada com o Natal passado...

Fomos os piores do mundo, logo a seguir. Reerguemo-nos à custa de muito, mas mesmo muito sacrifício.

Augurava-se que a lição que a vida nos dera pudesse ser, doravante, o suporte que nos acobertasse de voltar a caír na mixórdia em que, lamentávelmente, nos encontramos.

A variante Indiana (Delta), sabia-se à boca cheia, estava a fustigar os Britânicos. Que fizemos a 17 de Maio, escudados sabe-se lá em que teoria? Pois..., abrimos as fronteiras aos Britânicos e ficamos de porta aberta, sem medir temperaturas à chegada, sem exigir testes PCR feitos na terra deles, sem exigir garantias de que se encontravam vacinados. E os meninos lá vieram. Encheram aviões que aterraram em solo Luso, às dezenas por cada dia que passava...

O que temos por cá agora? Surtos em Escolas, desde o Algarve a Lisboa. Surtos e mais surtos em hotelaria, na restauração, no tecido social e familiar, com centenas de casos positivos e outros tantos em quarentena profilática.

Medidas? É tudo muito novo, dizem os responsáveis. Temos que ir reagindo à medida das necessidades, acrescentam. A pressa em querer reabrir e recuperar a economia está a levar-nos para um Verão desastroso. Oxalá, estivéssemos enganados!