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18 setembro, 2023

Amnistia para 408?...

As Jornadas Mundiais da Juventude realizadas, em Lisboa, nos primeiros dias de Agosto, tiveram a presença do Papa Francisco e de mais de um milhão de peregrinos provenientes dos 4 cantos do mundo. Foi marcante, foi notável e foi para mais tarde recordar.

Na sequência de tal evento, o Governo decidiu promulgar uma Lei de Amnistia e de Redução de Penas, destinada a todos os "jovens entre os 16 e os 30 anos de idade". Dela beneficiaram 408 pessoas, o que parece uma autêntica aberração, tendo em vista a Justiça e os valôres que lhe estão adstritos. Beneficiar um tão elevado número de pessoas devido a uma visita Papal ou uma celebração como a que ocorreu, parece absoltamente descabido e assaz destituído de equilibrio, pelo menos, aquele equilibrio de quem administra a Justiça, de quem profere sentenças sancionatórias ou condenatórias por estar a dar o seu melhor, por estar a trabalhar com seriedade, com honestidade, com verticalidade para que a Justiça seja sempre aquilo que deve ser: Justiça justa, equitativa, assertiva, idónea, plena de ética e de eficácia.

Assim não. Parece que estamos a gozar com o trabalho, com a cara de tantos Juízes que de si deram o melhor, para libertar a Sociedade de muita da marginalidade que, ao fim e ao cabo, nos prejudica a todos.

E, já agora, apetece questionar quem de direito para a classificação etária: "jovens" entre os 16 e os 30 anos de idade. Jovens? Então, mas agora é-se menino até tão tarde? Aos 20, aos 25, aos 30 anos ainda se não cresceu o suficiente para catalogar todas estas idades como homens e mulheres? Afinal, continuamos a rumar para uma Sociedade permissiva, onde no apogeu do desenvolvimento físico e mental se quer catalogar homens adultos e mulheres adultas como se de adolescentes se tratasse???...



21 junho, 2016

Ana Leal, grande reportagem!

Ana Leal, jornalista da TVI, já nos habituou, desde há muito tempo, a trabalhos de reportagem de grande nível.

A estação televisiva trouxe agora a público o último trabalho daquela profissional, versando a temática das cadeias portuguesas e da sua "população". É um trabalho de grande qualidade que demonstra à saciedade, as fragilidades do sistema prisional e a falta de condições, por sobrelotação, dos estabelecimentos que albergam a esmo, presos de grande delito como um homicida, um pedófilo ou um violador, juntamente com um preso de delito não tão gravoso, como por exemplo, alguém preso pela condução de um veículo automóvel sem a devida habilitação.

Está mal! Não deveria acontecer tal coisa, é aberrante misturar desta forma pessoas que nada têm em comum, a não ser ter quebrado o elo de ligação que deveriam ter mantido com a lei.

Fica deste trabalho, para além da mensagem de humanismo (ou da falta dele?) que tem que chegar a todos aqueles que governam os destinos deste País, uma imagem de pobreza inerente quer do foro educacional, quer do intelectual, quer até, do foro social. Estes homens parecem, logo ao primeiro olhar, os mal nascidos da vida, os filhos do álcool, os filhos da droga, os filhos da desgraça... 

É imperioso, é mais forte que nós a questão que nos sobe pelo corpo e que fica ali, inerte, a boiar num olhar inquiridor: em que cela, em que compartimento, em que corredor dos muitos que a peça nos mostra, onde estão aqueles tantos outros que têm passado pelo Inquéritos Parlamentares, pelo crivo da Justiça na forma de indiciados, onde estão todos esses, que bem imaginamos, lá deveriam estar?, onde estão?!