14 abril, 2009

Ministras e Artistas!

Como ambas afinam pelo mesmo diapasão!
Como ambas decoraram a mesma estrofe!
Como as duas dizem as mesmas coisas!
Como ambas, afinal, nada mais pretendem que aguentar as mordomias, o carro de Estado, o "chauffeur", a segurança pessoal, as ajudas de custo e as mais valias que o estatuto actual lhes confere.

Vem isto a propósito de ambas terem minorado, terem "dado para trás" em notícias que dão conta de crianças que chegam a hospitais e às escolas mal nutridas, até mesmo, com fome devido à crise que assola muitos sectores da nossa sociedade.

Quer uma quer outra, alegaram que são casos meramente pontuais e que nem sequer chegam ao conhecimento directo do Ministério (da educação).

Que enganadas estais "Senhoras" da educação e da saúde!!!

Nos hospitais, médicos e enfermeiros constatam fome, mau asseio, contrastando com roupa de marca (sim, dessa mesmo!, da Salsa, da Bershka, da Zara - os progenitores destas crianças precisavam de uns bons tabefes, ou então, que lhes cortassem os rendimentos mínimos de inserção).

Nas escolas, os professores e auxiliares de educação, encontram o mesmo cenário e algumas vezes, esgotado o stock da cantina e gasto todo o apoio do "SASE", unem-se, dão as mãos e um pouco de si próprios adquirindo bens alimentares de primeiríssima necessidade para valer, às vezes, àquele menino ou menina e aos que sobram lá por casa, porque estão no terreno, conhecem casos de miséria profunda.

Que não vejam, que não constatem, que não se confrontem, admito perfeitamente!, do interior do conforto dos seus gabinetes, jamais verão alguma coisa, para além do que querem ver. Mas, por favor: abstenham-se de fazer afirmações imbecis!

Corrupção de Estado?!

João Cravinho, antigo ministro no governo de António Guterres, afirmou a uma cadeia televisiva que a pior corrupção, a mais difícil de combater, a mais árdua em levar a julgamento os potenciais culpados, é a corrupção de Estado.

Questionando quantos casos destes já obtiveram em Portugal resultados visíveis, ou seja, condenações efectivas após exaustivos processos de investigação, a resposta entra no domínio do mais absoluto vazio.

Os jogos de interesses, o tráfico de influências, o poderio financeiro que tudo domina, o compadrio e, as tão famosas quanto distantes - de uma investigação, claro! - "offshores", fazem com que tudo isto se transforme num novelo muito difícil de dobar.
Será que isto acabará um dia e nos tornaremos, finalmente, num "povo de bem"?