Ontem, em Braga, a denominada cidade dos Arcebispos de que muito gosto, vi algo que feriu a minha atenção.
Tarde de Verão, de um calor tórrido na casa dos 35º.. Ruas pejadas de gente, cirandando de um lado para o outro, num burburinho constante digno de uma tarde de Agosto, com muita gente a lazer por se tratar do mês de férias, por excelência. Esplanadas cheias, cheias de gente, novos e velhos de várias latitudes, tal o som de várias línguas pairando no ar.
Numa das esplanadas, duas mulheres jovens, bem postas, com bom ar, respirando possibilidades... frente a frente em amena cavaqueira. Entre as cadeiras de cada uma delas, um berço com um bebé de tenríssima idade. Este pequeno ser manuseava entre as mãozitas um smartphone a escassos centímetros dos olhitos.
Embevecido pelas côres do ecrã, assim estava entretido no meio de uma total ausência de atenção, de um contacto pele na pele, de uma qualquer festa da mão da Mãe no seu rosto pequenino... Por momentos, olhei a Mãe e a amiga e dei comigo a magicar neste Mundo estranho em que pomos nas mãos de um qualquer bebé um telemóvel, só para os ter ocupados, só para que nos dêm alguma paz, ou talvez, tão sómente, para que não nos chateiem... Ter filhos é uma benção! Mas, há que lhes dar atenção, há que os alimentar, que os manter asseados e quentes, há que os educar... e, isso dá trabalho, não é verdade?