Valência, que catástrofe!

Vivem-se por estes  dias, tempos de muita dor, de muito sofrimento, de muita perda. Vivem-se dias de alucinação, de verdadeiro apocalipse para todos os que têm estado a sofrer as consequências daquilo que o Espanhóis denominam de "gota fria". Choveu, na zona Espanhola de Valência, em 8 horas o equivalente a um ano de chuva!........

Água e mais água a cair do Céu a um nível dramático, provocando enxurradas pelas ruas e avenidas, como se em mar revoltoso se estivesse. Ruiu uma ponte inteira, ruíram casas, carros às dezenas e dezenas rolaram pelas ruas como se de cascas de noz se tratasse e encontram-se empilhados uns por cima dos outros, em gigantescos montes de sucata.

Mas, muito mais tenebroso, muito mais dramático e lancinante, é a perda de 205 vidas, contabilizadas até este momento, e o desaparecimento de dezenas e dezenas de tantas outras. É um cenário dantesco aquele que nos é mostrado pelas imagens e os relatos lancinantes daqueles que sobreviveram a esta trágica tormenta.

Haverá muito trabalho de recuperação durante as próximas semanas, ou meses, no que concerne às vias de  comunicação, mormente, ruas, avenidas, estradas e troços de autoestrada, cerca de 80 kms de via férrea, casas e edifícios de apoio social, como escolas, hospitais, centros de saúde, repartições públicas. Há destruição por todo o lado, e não será fácil toda a reconstrução necessária para a reposição da vida normal.

 

Espanha, Campeones!

Acabou o Euro 2024 que se disputou na Alemanha.

E, acabou em beleza. Acabou com a celebração no primeiro lugar do pódio da Seleção Espanhola, de longe a melhor do torneio. Foi a equipa que funcionou como um todo, como uma verdadeira equipa, não dando hipóteses a nenhum dos adversários que lhe apareceram pela frente.

Com esta Seleção de verdadeira eleição, veio um menino que vai dar muito que falar, tal é a sua qualidade, tais são os dotes que evidencia desde tão cedo, uma vez que acaba de fazer sómente 17 anos. Seu nome: Lamine Yamal! Um pé esquerdo fabuloso e uma visão de jogo, tão periférica quanto endiabrada e difícil de travar.

Fico tão feliz que o troféu tenha ficado na velhinha Península Ibérica. Parabéns Espanha! 

Agora, sou "Espanhol"

Portugal, no Europeu de futebol a decorrer na Alemanha, caiu aos pés da França...

E, caiu com honra e sentimento de dever cumprido, embora sem glória. E, sem glória, muito por culpa própria, muito por culpa de um Homem que, merecendo a nossa admiração pela postura séria e respeitadora para com o Povo que somos, mas que, infelizmente, não ousou, não teve ambição nem a autoridade bastante, para na altura própria, separar o trigo do joio. Ficamos aquém do que poderíamos se, eventualmente, ele não tivesse prestado tanta vassalagem ao passado glorioso e imorredoiro de Cristiano Ronaldo. 

Ora, a  realidade são os 39 anos de idade, idade essa que não perdoa. O passar inexorável do tempo, apresenta a sua factura; genica, garra, a força física e mental, não são variáveis eternas. Cristiano Ronaldo, quer queiramos, quer não, já não tem a frescura, já não tem o "pico", o arranque que fizeram dele o melhor do Mundo na posição de avançado de centro. Ele passou ao lado deste Europeu, não revelando em nenhum dos jogos, o porquê da sua manutenção em campo, arrastando-se no relvado em jogos, em que dois deles, foram levados a prolongamento, 120 minutos, portanto, até ao apito final do árbitro.

Gonçalo Ramos, João Félix, Diogo J, Ruben Neves, João Neves, Francisco Conceição, Matheus Nunes, para só citar alguns, ou não jogaram de todo, ou jogaram escassissimos minutos. Tanto talento, tanta jovialidade, tanta frescura, por que se não aproveitou toda uma geração que só estava à espera de uma oportunidade?

Foi pena! Esperemos que haja força mental em eventos futuros, de forma a pormos em jogo todas os nossos melhores ases, aqueles que ao tempo estejam no seu auge, no máximo da sua pujança e se esqueça que os cultos de um qualquer ego - por muito brilhante que haja sido, no passado - não trazem vitórias à equipa de todos nós.

Posto isto e, como a Seleção Espanhola é aquela que melhor futebol está a praticar, e também por se tratar de um vizinho, que está já aqui, paredes meias connosco, agora faço votos para que o Europeu fique na Peninsula Ibérica, que é como quem diz, agora sou "Espanhol"!

Rubiales, o néscio

Luís Rubiales foi até à data de ontem, Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol.

Este cavalheiro, aquando da conquista do campeonato de mundo de futebol feminino e das consequentes celebrações, teve comportamentos nada consentâneos com a dignidade que o lugar cimeiro da Presidência do Futebol Espanhol lhe deveria merecer.

Durante a final e logo após o golo de seleção Espanhola, exultou de uma alegria esfusiante na tribuna de honra onde se encontrava ao lado da Rainha de Espanha e da sua filha mais velha, bem como de outras credenciadas figuras da política e do mundo do futebol mundial. E, o seu desenfreado contentamento, levou-o à prática de um gesto ostensivamente obsceno e mal criado, de uma indignidade atroz e só possível numa personalidade transviada. 

Na sequência da conquista e das inerentes celebrações, pespegou um beijo na boca da jogadora Jenni Hermoso, deixando todo o mundo boquiaberto com tal atitude machista, sexista, prepotente e inconcebível em pleno século XXI. Após este lamentável episódio, pronunciou-se várias vezes, jamais conseguindo justificar-se e aplacar a ira crescente da visada, das restantes jogadoras, dos adeptos, do Povo Espanhol e da crítica global pelos 4 cantos do mundo.

O Governo Espanhol saiu a terreiro e exigiu a sua demissão. As jogadoras, campeãs mundiais, decidiram não vestir mais a camisola da seleção enquanto este senhor e seus acólitos estivessem na cúpula do futebol. Mas, mais que todas estas posições, a FIFA decidiu pela suspensão imedita e por 90 dias, de todos os cargos que estejam ligados ao futebol, quer seja a nível interno, ou a  nível internacional.

É bom saber que o bom senso imperou afastando esta nefasta personagem do centro de decisões, relegando-o para onde deve estar: num qualquer canto, relegado ao mais silencioso anonimato e esquecimento.

Espanha, afinal como é?

Domingo último houve eleições em Espanha.

Ontem, Segunda Feira houve reuniões às carradas entre vários Partidos concorrentes para estudar soluções governativas.

Lá, como cá, ganharam todos e parece que, afinal, ninguém ganhou que chegue...

Segundo as Urnas, o Partido mais votado foi o PP, pelo que em condições normais deveria ser indigitado como Primeiro Ministro, o líder do Partido mais votado, ou seja, Feijóo.

Mas não! Lá, tal como cá, pode acontecer que os perdedores, que os segundos, que o primeiro  dos últimos unam esforços para formar Governo. Ou seja, votar para quê? Depois da votação, da expressão da vontade do Povo, os políticos querem lá saber de quem votou em quem? O importante é a constituíção de uma "panelinha" em que possam comer todos.

Resultado: Lá, como cá, estou farto destes gajos, e por isso, votar para quê???

Espanha, logo ao virar da esquina...

Hoje, é dia de grandes decisões no País vizinho. Nuestros hermanos estão em dia de eleiçõs legislativas e, antevê-se que haja mudanças significativas no tabuleiro político. Dum lado o ainda Primeiro Ministro Pedro Sanchez do PSOE e do outro, o seu opositor mais directo Feijóo, Presidente do PP.

Se há alguns dias as sondagens davam vitória a Feijóo, hoje, dia da verdade, segundo sondagens à boca das urnas, o posicionamento encontra-se muito semelhante, pelo que é difícil neste momento, apontar quem será o próximo Primeiro Ministro Espanhol, facto que só deverá conhecer-se lá pelas onze horas da noite. Até lá, há que esperar para se entender se a Espanha mantém o rumo, ou se, bem pelo contrário, vira à direita com a ascensão do PP, o que a verificar-se, poderá trazer para a ribalta elentos do VOX. Se tal acontecer, as mudanças vão ser bem significativas. 

Espanha em pé de guerra

Aqui ao lado, em "casa" da nossa vizinha Espanha, vivem-se dias difíceis por estes dias, com grande agitação e contestação social nas ruas de Barcelona, Madrid e mais algumas cidades espanholas.

Tudo, tendo como pano de fundo, a prisão de um rapper de seu nome, Pablo Hásel, que injuriou em letras de canções por si escritas várias instituíções do País, nomeadamente, a Coroa Espanhola e a classe dos Juizes.

O cantor foi preso e condenado à pena de prisão de 9 meses, o que gerou um movimento de milhares de pessoas que contestam violentamente aquela detenção.

Em resultado, cidades viradas do avesso, muita destruíção, muita polícia e muitas detenções. O pior é que todo este clima tumultuoso é feito com muitos milhares de pessoas nas ruas, aos gritos, vociferando, partindo e destruíndo tudo o que virem à sua volta. Em suma, em tempos de pandemia, isto terá consequências gravosas em termos de saúde pública, o que provocará cenário negro, cujas implicações, se constatarão lá mais para diante

O outro lado do problema, a luta pelos Direitos Humanos e liberdade de expressão (ou falta dela), tem ainda muitos capítulos a corrigir e, até que tal aconteça, vai correr muita tinta no relato dos sucessivos desacatos que vão continuar a verificar-se. Para mal da Humanidade!