08 abril, 2015

Sousa Lopes

Desapareceu do nosso convívio  o economista de renome José Sousa Lopes.

Era catalogado entre os seus pares, e não só, do homem íntegro, sério, honesto.

A demonstrá-lo, eis o seu último pedido a familiares e amigos: "Não quero flores. Doem o dinheiro poupado ao Instituto de Apoio à Criança".

Que solidariedade tão singular esta que caracteriza alguns de entre nós, que os torma tão especiais. Paz à sua alma!

Gente boa com mau hálito

Estamos uma terra de gente mal tratada, espoliada de muitos dos seus direitos, cerceada em muitas áreas do tecido social e, portanto, gente zangada, gente cada dia mais áspera e rude, gente de má cara, mal criada e insultuosa, gente que vai perdendo o rumo das suas vidas, como nos relatam as notícias que nos vão chegando quotidianamente.

Todos os dias, desde há já muito tempo a esta parte, que morre alguém em Portugal, vitima de violência exacerbada, a tiros de pistola, de caçadeira, ou porque foi assassinada com barra de ferro na cabeça, ou porque foi esfaqueada brutalmente.

Paira no ar um sentimento de uma certa impunidade, de muito desespero perante situações para as quais as pessoas não encontram respostas junto da justiça, e  vai daí, a atitude irreflectida, o acto tresloucado de atentar contra a vida do outro.

Perante as estatísticas, já todos o sabemos, continuamos a ser um país de maravilha, de brandos costumes, de gente bem comportada e civilizada e os números mostram que somos, afinal, tão bons como os melhores. Desenganemo-nos! Estamos violentos, agressivos, vivem no nosso seio autênticos gangues de outras paragens, de múltiplas nacionalidades, que roubam, saqueiam, agridem e matam com uma tal frialdade que até se nos gelam os olhos. Como se isto já não bastasse, ainda temos os nossos revoltados, os nossos desenraízados, os nossos..., enfim, em Portugal a vida do "outro" já não vale sequer, uma "rasa de milho"!