Funeral - Hoje, tive que 'viver' mais um 'daqueles momentos' que a todos tocam, para "mal dos nossos pecados". Um funeral. Um adeus. Uma despedida. O cumprimento solene e respeitoso, com vénia, da Morte.
Não me era 'chegado', não me era próximo. Isto é, não era da minha família, o que equivale a dizer: respeito para com o ido, respeito e consideração pelos que continuam, mas, ausência de dor, de sofrimento, de sentimento de perda irreparável.
Estive. Sem estar. Senti-me ausente, estando presente. Olhei à minha volta, de olhos fechados... Não vi rigorosamente nada e, no entanto, estava acordado, estive ali...
Odeio a morte e velórios, e câmaras ardentes e o cheiro quase pestilo-nauseabundo da mescla de tanta flor pelo chão... "Odeio", ainda, pessoas (sem odiar) que nem numa hora de morte deixam à porta da capela os seus ódios de estimação; então, para esconderem as lágrimas das últimas horas ou para não mostrarem as chispas que deles irradiam, colocam-se atrás de grandes lentes de óculos de sol...
Decididamente, não gosto de funerais..., e ainda gosto menos, com esta profusão de óculos de sol...
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