Vai acontecer tanto, tanta coisa neste entretanto, que não vale a pena tentar projectar o que será o futuro próximo. Há uma mar imenso de incertezas, uma serra bem alta a cujo cume será bem árduo chegar, há um deserto árido e tórrido a transpor antes de podermos, finalmente, imaginar que chegamos a bom porto e que aí poderemos ancorar a nossa nau de boa esperança. Tudo estes cenários imaginários, não passam disso mesmo - cenários!
Vem isto a propósito do nosso Ministério da Educação que projecta a abertura do novo ano escolar, com aulas presenciais, para entre 14 e 17 de Setembro próximos. Projectar, não é mais do que isso mesmo - imaginar que poderemos concretizar o que ora se idealiza. Até aqui, tudo bem!...
A comunicação social adiantavou que a DGS em consonância com a tutela da Educação, se prepara para estabelecer um novo protocolo em que a distância física entre pessoas, leia-se alunos, professores e pessoal auxiliar, deverá vir a ser estabelecida tendo por medida mínima UM METRO. Isso, viu bem: 1 metro!!!
Já passamos por tanta coisa, já se disseram algumas barbaridades, já se garantiu o que não podia garantir-se, já se disse que, o que agora é branco, afinal..., é preto. Já se fez muita coisa acertada, mas, logo após entramos em paranóia, ficamos parvinhos de todo, e só se têm feito asneiras atrás de asneiras. Já se proibiu, já se permitiu o que antes era proibido, ou seja, temos andado ao sabor de atitudes pontuais, que não de posições concretas e reais.
Pois é, aquelas duas áreas da nossa governação, saúde e educação, já equacionam que será possível regressar a aulas presenciais em Setembro próximo e que a distância a que as pessoas terão que estar separadas umas das outras deverá ser de 1 METRO APENAS! Asnos chapados se tal vierem a fazer. Como sabemos todos, não há salas de aula que cheguem, não há folgas de dinheiro para contratar mais professores, não há horários para fazer o desdobramento de turmas, e porque não há, atirem-se milhares de pessoas para a hecatombe mais que certa. Estão todos doidos, ou querem dar connosco em doidos? Onde está a responsabilidade, onde está a verdade, que confiança nos pode merecer gente que se prepara para tomar, de forma tão leviana, posições tão gravosas quanto estas?...