Uma criança de 12 anos, aluno de escola em Mirandela, está desaparecida. Terá dito a colegas que se ia atirar ao rio!?...
Imagina-se que esta criança atentou contra a própria vida, que cometeu suicídio, que ansiou pela libertação da morte; e isto, porque estava a ser vítima, por parte de um grupo de colegas, de maus tratos fisicos e psicológicos, estava a sofrer desse pesadelo dos nossos dias que se apelida de "bullying".
O ano passado apresentaram queixa deste tipo de episódios, cerca de seis mil encarregados de educação. E há que contar com a infinidade de casos sofridos mas, não reportados por vergonha, por incapacidade de lidar com os agressores, por temor de represálias, pelo medo da vingança prometida...
Disto sofrem crianças!, que são atacadas, violentadas, socadas, ensanguentadas, pisadas por um grupo de outras crianças(?). Este mesmo grupo pode atacar, igualmente, professores ou auxiliares de educação, através de pontapés, do arremeso de objetos, de empurrões, da agressão verbal... O pai, a mãe, a avó, se chamados a atenção para estes comportamentos, tendem a minorá-los, a desprezá-los e a "passar a mão pela cabeça" num afago desculpabilizante, se a criança que participa nestes desmandos estiver, eventualmente, presente. Casos há, em que acontece pior, através da fúria destes supostos "encarregados de educação", que se viram eles próprios, violentamente, contra quem lhes participa os factos.
A Escola, já aqui o defendemos, é parte crucial na "Formação" académica, intelectual e moral das crianças. Professores e Educadores de Infância são partes importantes e imprescindíveis no pilar formativo da personalidade de cada individúo/criança. Mas, Educar é outra coisa: é dizer SIM, é dizer NÃO, é permitir, é proibir, é guiar, é conduzir, é ensinar o que está certo e o que está errado. É exercer a autoridade paternal e maternal, explicando os porquês...e, porque é que hoje podes e, ontem não podias...
Os Pais estão a demitir-se de uma parte essencial da vida dos seus filhos: a Educação. Não chega o momento da concepção e o do nascimento para se afirmar que tudo vai bem, tudo está bem, não querendo saber como é o dia dos filhos, como foi a jornada dos filhos, quais são as dificuldades sentidas e como se pode ajudá-los.
As nossas escolas estão repletas de crianças provindas de famílias desestruturadas, pobres, carentes de tanto, sozinhas, quase que abandonadas ao seu destino. Há droga, há álcool, há proxenetismo, há prostituíção, há violência doméstica, há gritos, discussões permanentes onde campeia o desamor. Há crianças com pai e mãe presos em simultâneo. A escola está transformada em verdadeiro armazém, em depósito de crianças que ali se guardam durante uma jorna de trabalho - a dos pais! Admiram-se que haja grupos de crianças más?...Admiram-se de quê?...