Seria tão bom ter engenho e arte, saber dar aos escritos a vida, a cor, a doçura que advém do pensamento, timbrar no papel, a marca de água das ânsias, dos sonhos, das frustrações, dos desenganos, das victórias e das derrotas, do que temos esquecido, enterrado na memória, cravado na carne, doendo como ferida aberta, sangrando no cerebro a toda a hora, agoniando a alma e estropiando o espirito. Seria bom ter tal arte, conseguir transmitir-te o que me aflige, o que me entedia, o que me amedronta, o que me espanta, o que me entorpece, o que me imobiliza, o que me gela, o que me incendeia, o que me apaga, o que me alumia, o que me faz viver, o que me mantém à tona, respirando, subindo e descendo constantemente, até ao esgotamento, até ao ultimo sopro só porque..., não sou capaz, não quero, não posso e não desejo... viver sem Ti!
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