Quando "chegaram às mãos" daquela profissional da Educação, eram sombrios, distantes, algo inertes, como que mal educados até... A sua rudeza, quer de movimentos, quer de procedimentos era de tal forma evidente que fervilhava no ar uma certa e afincada hostilidade para com quem estava a chegar ao seu âmago, ao seu seio. Era como se houvesse necessidade de se resguardarem atrás de uma qualquer capa que os acobertasse do intruso.
Foram precisos muito esforço, muita dedicação, muita sensibilidade, muita compreensão, muito espírito de entrega, muita vontade de integrar, de se misturar, de fazer parte daquelas vidas, que embora tenras, verdes em anos, apresentavam já um desgaste, uma intolerância, uma menor vontade em cooperar, em partilhar, em comungar do mesmo espaço, em alargar a mente às ideias de cada um inseridas naquele pequeno grupo de seres, aparentemente, sem eira nem beira.
A princípio foi penoso, desgastante até... Mas, valeu a pena, tudo é digno de realce, tudo merece ser dito, quando aquelas crianças se tornaram, fruto de muita atenção, de carinho e da capacidade de os deixar expressar ouvindo todas as suas "feridas", se consegue que a sua autenticidade se revele, que a sua verdade intrínseca se mostre sem medos de nenhuma espécie.
"Deixei-os, por imperativo da profissão. Mas, deixei-os com o quadro de lousa e giz (ainda se usa por aquelas paragens) cheio de corações, de florinhas e de expressões mimosas que passei a trazer comigo no coração. Espero que aquelas crianças que passaram de pequenos diabinhos à solta a verdadeiros criaturas angelicais, se tornem adultos melhores, mais felizes e mais preparados para a vida que está para vir!", assim se exprimiu aquela fantástica profissional.
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