A Grécia está no fio da navalha, o cerco aperta-se a todo o instante e os credores não dão sinais de quererem dar tréguas.
É verdade que não podemos gastar mais do que aquilo que temos, é verdade que os últimos governos gregos viveram décadas da mais absoluta irresponsabilidade, é verdade que o povo grego se habituou a coisas, que habitualmente, só uma minoria de ricos pode ter. É verdade que não podemos ganhar dez e viver constantemente a gastar quinze, é verdade que as dívidas, quando as temos, têm que ser pagas àqueles a quem, na hora do sufoco, fomos pedir emprestado. Aquela afirmação meio louca de um pseudo responsável que numa dada altura da vida portuguesa afirmou "que as dívidas não são para pagar, mas sim para gerir...", é isso mesmo: uma loucura que vamos ter que engolir quando aqueles de quem passamos a depender decidirem que chegou a hora de pagar, ou então, não há mais dinheiro para ninguém. Não há dinheiro para a saúde, não há dinheiro para a educação, não há dinheiro para pagar a pensionistas, não há dinheiro para pagar vencimentos a funcionários públicos, não há dinheiro para pagar a fornecedores...
Tsipras prometeu mundos e fundos, quando o bom senso aconselhava cautela e caldos de galinha. Tem vindo a esboroar-se a cada dia que passa e, ainda bem, que retirou de cena o 'dandy' Varoufakis que vendeu a imagem de um qualquer deus da mitologia grega da era moderna, embora com pés de barro.
Por cá também temos alguns destes vendedores de quimeras, que estão quase a fazer (alguns já por aí andam) a sua entrada em cena. Deseje-se o melhor para a Grécia e que por estas bandas, haja bom senso e responsabilidade, de forma a aguentar a nau portuguesa à tona e rumo a bom porto.
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